
'Evidência esmagadora'? Obama promoveu falsa narrativa de interferência eleitoral russa em 2016

A Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, desclassificou nesta sexta-feira (18) os documentos que supostamente revelavam "evidências esmagadoras" de como a Rússia interferiu na eleição de Donald Trump em 2016. O então presidente Barack Obama e sua equipe de segurança nacional divulgaram informações falsas, visando incriminar a Rússia por interferir na eleição, embora a investigação subsequente tenha desqualificado essa acusação.
"Funcionários de Obama vazaram declarações falsas para veículos de mídia, incluindo o The Washington Post, alegando que 'a Rússia tentou, por meios cibernéticos, interferir, se não influenciar ativamente, o resultado de uma eleição'", diz a revelação de Gabbard.

"A questão que levanto não é partidária. É algo que diz respeito a todos os americanos. As informações que estamos divulgando hoje mostram claramente que houve uma conspiração traiçoeira em 2016 cometida por funcionários dos mais altos níveis do nosso governo. Seu objetivo era minar a vontade do povo americano e decretar o que foi essencialmente um golpe de Estado de anos, com o objetivo de tentar usurpar o presidente do cumprimento do mandato dado a ele pelo povo americano", disse o Diretor Executivo de Inteligência Nacional.

Quais são as evidências?
Os documentos revelaram que, nos meses que antecederam a eleição de novembro de 2016, a comunidade de inteligência avaliou consistentemente que a Rússia "não estava tentando [...] influenciar a eleição usando meios cibernéticos".
Um exemplo se deu em 7 de dezembro de 2016, semanas após a eleição, quando o então diretor de inteligência nacional James Clapper declarou: "Adversários estrangeiros não usaram ataques cibernéticos contra a infraestrutura eleitoral para alterar o resultado da eleição presidencial dos EUA".

Entretanto, dois dias depois, a Casa Branca reuniu as principais autoridades do Conselho de Segurança Nacional para discutir a Rússia. Após a reunião, o assistente executivo de Clapper enviou um e-mail aos líderes da comunidade de inteligência, encarregando-os de criar uma nova avaliação "a pedido do presidente [Obama]". Nela, deveria detalhar as "ferramentas que Moscou usou e as ações que tomou para influenciar a eleição de 2016", de acordo com as informações apresentadas por Gabbard.
A versão completa dos documentos mostra ainda mais citações e fatos que confirmam o não envolvimento de Moscou. Gabbard também publicou recentemente uma mensagem em suas mídias sociais, em que reafirma: "Não importa o quão poderosos eles sejam, todos os envolvidos nessa conspiração devem ser investigados e processados em toda a extensão da lei. A integridade de nossa república democrática depende disso".
- Em 2018, o Comitê de Inteligência da Câmara dos EUA encerrou sua controversa investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições de 2016, não encontrando nenhuma evidência de tal alegação. O órgão concluiu que não há evidências de conluio entre a campanha do então candidato à presidência Donald Trump e o lado russo.
- Durante a investigação, os legisladores dos EUA analisaram mais de 300.000 documentos e entrevistaram 73 testemunhas, incluindo o ex-estrategista da Casa Branca Stephen Bannon, Donald Trump Jr. e o genro e conselheiro sênior do presidente Trump, Jared Kushner.
- A Rússia sempre descreveu essas acusações como infundadas, enquanto o presidente do país, Vladimir Putin, as classificou como "histeria". "Alguém pensa seriamente que a Rússia pode influenciar a eleição do povo americano? Os EUA são algum tipo de república das bananas?", afirmou Putin na época.
- Ao mesmo tempo, ao comentar sobre uma série de investigações iniciadas contra ele, incluindo o "Russiagate", o próprio Trump as denunciou como uma "caça às bruxas".

