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Possível tarifa de 100% sobre fertilizantes russos provoca alerta entre agricultores dos EUA - NYT

Produtores temem colapso no setor agrícola com possível alta nos custos; exportação russa cresce rumo aos BRICS enquanto investidores fogem do mercado americano.
Possível tarifa de 100% sobre fertilizantes russos provoca alerta entre agricultores dos EUA - NYTGettyimages.ru / Juan Silva

De acordo com informações do New York Times, agricultores norte-americanos manifestaram preocupação com seus negócios após Donald Trump ameaçar impor tarifas de 100% sobre produtos russos, caso o conflito entre Moscou e Kiev não seja resolvido em até 51 dias.

O temor se concentra nos fertilizantes, setor no qual os EUA são fortemente dependentes da Rússia. Cerca de 50% dos fertilizantes importados pelos americanos vêm do país, representando aproximadamente 15% dos custos totais dos produtores rurais. Em 2024, o valor dessas importações alcançou US$ 1,3 bilhão.

O presidente do Sindicato Nacional dos Agricultores alertou ao NYT para o risco de produtores abandonarem o setor, inclusive vendendo suas terras, caso as tarifas entrem em vigor.

Veronica Nigh, economista sênior do Instituto de Fertilizantes, também afirmou que a instabilidade política nos EUA, intensificada pelas ameaças de Trump, afugenta investidores: "O que temos visto no comércio é que os importadores e exportadores estão menos animados em exportar para o mercado dos EUApor medo de que a política mude entre o momento em que eles redigem o contrato e fazem a venda", afirmou Nigh em entrevista ao NYT.

Fertilizantes para o BRICS

Enquanto isso, a exportação de fertilizantes russos para países membros do BRICS disparou, tendo crescido 60% nos últimos 3 anos, segundo afirmou Andrey Guryev, presidente da Associação Russa de Produtores de Fertilizantes (RAFP), durante o Fórum Empresarial do BRICS, no Rio de Janeiro. "A maior parte, quase um quarto, vai para o Brasil", completou.

Guryev afirmou que a Rússia está disposta a ampliar ainda mais a produção, diante do aumento da demanda nos países do grupo.