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Casamento de um líder religioso com uma menina de 12 anos causa indignação em país africano

A cerimônia de casamento tradicional de Naa Okromo, 12 anos, e Gborbu Wulomo, 63 anos, foi realizada em Gana na semana passada.
Casamento de um líder religioso com uma menina de 12 anos causa indignação em país africano

A polícia de Gana anunciou na terça-feira que estava concedendo proteção a uma menina de 12 anos que foi dada em casamento a um sacerdote tradicional, apesar de que a idade mínima para casamento no país é de 18 anos. O incidente provocou uma onda de críticas na comunidade.

A cerimônia de casamento tradicional de Naa Okromo e Gborbu Wulomo, de 63 anos, foi realizada em Nungua, localizada na capital, Acra, em 30 de março. Um vídeo da cerimônia, divulgado nas redes sociais, provocou indignação e preocupação em todo o país sobre o bem-estar da menina e a possível violação das leis de proteção e direitos da criança, de acordo com as mídias locais.

Várias entidades protestaram pelo que aconteceu, incluindo a Rede dos Direitos da Mulher no Gana (NETRIGHT), composta por 179 organizações e mais de 300 membros individuais, bem como a Comissão Nacional de Educação Cívica (NCCE), que enfatizou que práticas culturais ilegais e inconstitucionais não têm lugar na democracia do país.

"A NCCE pede que o Conselho Tradicional de Nungua revise suas práticas tradicionais para adequá-las às leis e à Constituição de Gana de 1992, e que se abstenha de realizar ações que possam ter um impacto negativo sobre os jovens de Nungua", diz um comunicado.

Por sua vez, o escritório do sacerdote defendeu a cerimônia, explicando que faz parte de um importante rito religioso e que não se espera que a menina desempenhe funções matrimoniais. Além disso, acrescentaram que somente uma virgem pode desempenhar esse papel e que Naa Okromo, que, segundo eles, não tem de fato 12 anos, mas 16 anos, foi escolhida e preparada para esse papel nos últimos seis anos.