Restrição domiciliar de Bolsonaro repercute no exterior

A decisão desta sexta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, recebeu amplo destaque na cobertura midiática internacional.

A operação de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, cumprida pela Polícia Federal (PF), incluiu medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, restrições ao uso de redes sociais, proibição de contato com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros investigados pelo STF, proibição de se comunicar com o filho, Eduardo Bolsonaro. O ex-presidente também não poderá sair de casa de 19h às 7h durante a semana.

Bolsonaro é alvo de mandado de busca e apreensão pela PF

O jornal britânico The Guardian apontou que "um veredicto de culpado" contra Bolsonaro é "amplamente visto como uma conclusão certa", relatando que "Se a guerra comercial politicamente motivada de Trump foi projetada para ajudar os Bolsonaros, parece que o tiro saiu pela culatra".

Paralelamente, o New York Times publicou que Eduardo Bolsonaro procurou aliados republicanos de Donald Trump para evocar sanções contra Alexandre de Moraes. A agência Bloomberg, por sua vez, relatou que o julgamento amplia o foco internacional sobre uma suposta instabilidade política no Brasil, a partir das investigações que envolvem figuras centrais do governo anterior.

A emissora árabe Al Jazeera fez um paralelo entre a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, em 2021, e a invasão à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023: "O próprio Trump enfrentou quatro acusações criminais após seu primeiro mandato, incluindo uma relacionada a seus esforços para anular sua própria derrota nas eleições de 2020. Ele, assim como Bolsonaro, afirmou repetidamente ter sido vítima de uma 'caça às bruxas' política."

Já a mídia sul-americana TeleSUR publicou uma matéria que relaciona a necessidade do uso de tornozeleira eletrônica com o risco de fuga de Jair Bolsonaro. Na publicação, o veículo também expõe detalhes do julgamento do ex-presidente.

Por fim, o jornal argentino El Clarín destacou que a restrição domiciliar de Jair Bolsonaro é parecida com o que enfrenta a ex-presidente do país portenho Cristina Kirchner, embora em espectros políticos diferentes. O Clarín ainda citou a reação do senador Flávio Bolsonaro após a prisão do pai: "Ele escreveu: 'Coragem, pai, eles não vão nos calar! Essa humilhação deliberada deixará cicatrizes em nossas almas, mas nos motivará a continuar lutando por um Brasil sem déspotas.'", citou o veículo.