
Presidente de Portugal se recusa a participar de Conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, não foi à Guiné-Bissau para a conferência a ser realizada nesta sexta-feira (18) por, conforme noticiado por várias mídias portuguesas, ser contra a atribuição da presidência rotativa da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) à Guiné Equatorial.

Segundo o jornal português Observador, esta é a primeira vez que o presidente do país europeu não participa da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP desde que as reuniões foram criadas.
Além de Portugal, a CPLP é composta por outros oito Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial, o último país a aderir ao bloco em 2014 apesar das críticas ao governo de Teodoro Obiang, que governa o país há quatro décadas.
Presidência da CPLP
Segundo o calendário da CPLP, caberá à Guiné Equatorial assumir a presidência da organização entre 2027 e 2029 apesar de o jornal português ter informado que negociações estão em andamento para que o Brasil assuma a presidência rotativa no lugar do país africano. Os presidentes do Brasil e de Angola não irão a Bissau para participar da conferência.
Segundo informado pelo jornal o Público, o embaixador português em Guiné-Bissau opôs-se à introdução de uma referência à insegurança alimentar dos palestinos de Gaza na declaração final da conferência.
Em sua intervenção nesta sexta-feira (18), o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, destacou que o país assume a presidência do bloco sob o lema "A CPLP e a soberania alimentar: um caminho para o desenvolvimento sustentável", destacando a cooperação entre os países da comunidade no âmbito do combate à fome, que afeta principalmente os países africanos de língua portuguesa, que são maioria no bloco.
Ao mesmo tempo, um grupo de estudantes e trabalhadores de Guiné-Bissau enviou uma carta de repúdio às "práticas autoritárias" no país endereçada ao secretário executivo da CPLP e pediu para que não permitam que o presidente Sissoco Embaló assuma a presidência da organização, acusando Portugal de ser cúmplice de um "regime que reprime, rapta e tortura".
Intensificação das atividades da CPLP em julho de 2025
Na segunda-feira (14) o presidente de Moçambique, Daniel Chapo, inaugurou a 14ª Sessão Ordinária da Assembleia Parlamentar CPLP, oportunidade em que apelou por uma "maior unidade, a uma governação inclusiva e ao reforço da mobilidade entre os Estados-membros da organização".
Além disso, entre 17 a 27 de Julho, no Timor-Leste, estão sendo sediados os XII Jogos Desportivos da CPLP.
Conforme comunicado publicado pela organização na quinta-feira (17) em razão da comemoração de vinte e nove anos de sua fundação, a CPLP é um "foro multilateral privilegiado para o aprofundamento da amizade mútua e da cooperação" entre os seus Estados-Membros.



