Trump reage ao ser associado a carta com desenho de mulher nua enviada a Epstein

O presidente dos EUA exige que a Justiça a libere depoimentos do caso e ameaça processar jornal que revelou o conteúdo do material.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta sexta-feira (18) a divulgação de todos os depoimentos ligados ao grande júri que investiga o caso Jeffrey Epstein.

"Com base na quantidade absurda de publicidade dada a Jeffrey Epstein, solicitei à Procuradora-Geral Pam Bondi que produzisse todo e qualquer depoimento pertinente ao Grande Júri, sujeito à aprovação do Tribunal. Este GOLPE, perpetuado pelos democratas, deve acabar, agora mesmo!", escreveu na rede Truth Social na madrugada de quinta para sexta-feira (18).

Segundo o Wall Street Journal (WSJ), Trump teria enviado, em 2003, uma carta de felicitações a Epstein por seu aniversário de 50 anos, acompanhada de um desenho de uma mulher nua.

O material estaria incluído em um álbum analisado pela Justiça durante a investigação contra Epstein e sua então parceira, Ghislaine Maxwell.

De acordo com o jornal, o álbum foi compilado antes de 2006 e reúne fotos, poemas e mensagens enviadas por acadêmicos, empresários, amigos de infância e ex-namoradas de Epstein. Não há confirmação sobre como a carta atribuída a Trump foi produzida.

A descrição do conteúdo aponta que a carta traz o contorno de uma mulher nua feito com marcador grosso. No interior da imagem, há uma nota datilografada em terceira pessoa, com uma conversa fictícia entre o ocupante da Casa Branca e Epstein.

Resposta de Trump

Trump afirmou que tanto a administração quanto os donos do Wall Street Journal foram alertados sobre a possibilidade de um processo por difamação antes da publicação da reportagem.

"O Wall Street Journal publicou uma carta FALSA, supostamente para Epstein. Estas não são minhas palavras, não é meu jeito de falar. Além disso, eu não desenho. Eu disse a Rupert Murdoch [proprietário do jornal] que era uma farsa, que ele não deveria publicar esta história falsa. Mas ele publicou, e agora vou processá-lo e processar seu jornal de terceira categoria", alertou o presidente. 

O vice-presidente J.D. Vance manifestou apoio a Trump e acusou, de forma indireta, o jornal de violar "a ética jornalística" ao publicar uma carta "sem mostrá-la à vítima", referindo-se ao que classificou como "artigo difamatório".

"Será que aqueles que acreditaram em todos os golpes contra o presidente Trump vão demonstrar um pingo de ceticismo antes de acreditar nessa estranha história?", escreveu em sua conta no X.