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Tecnologia de IA chinesa promete reduzir em até 99% a radiação em exames médicos

Nova técnica usa imagens de raio-X para criar modelos 3D com precisão, diminuindo custos e tempo de espera nos hospitais.
Tecnologia de IA chinesa promete reduzir em até 99% a radiação em exames médicosGettyimages.ru / Tom Werner

Uma equipe da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST) desenvolveu uma tecnologia de inteligência artificial capaz de gerar modelos tridimensionais de ossos e órgãos a partir de raios-X, reduzindo em até 99% a exposição dos pacientes à radiação em comparação com os exames de tomografia computadorizada (CT).

A inovação pode ser aplicada no sistema público de saúde da província chinesa e promete ainda encurtar o tempo de espera e diminuir os custos hospitalares, conforme pesquisa publicada nesta quinta-feira (17).

Atualmente, modelos 3D usados em procedimentos médicos são obtidos principalmente por meio de tomografias, que emitem alta radiação e são de difícil acesso para certos grupos, como crianças, gestantes e idosos. A nova tecnologia permite a geração dos modelos com apenas duas a quatro imagens de raio-X, processo que leva menos de 30 segundos.

Segundo a professora Li Xiaomeng, do Departamento de Engenharia Eletrônica e de Computação da HKUST, o modelo foi treinado com 500 casos clínicos e validado com 120 conjuntos de dados, atingindo margem de erro inferior a um milímetro.

"Raio-X é uma alternativa mais acessível, mas com limitações em 3D. Nossa IA corrige essa deficiência", afirmou.

Barateamento de custos

A iniciativa é fruto de uma parceria com a Koln 3D, empresa local especializada em impressão de componentes ortopédicos e metálicos. Segundo Edmond Yau Wing-fung, fundador da empresa, os softwares internacionais usados para converter imagens tomográficas em modelos 3D são caros, pouco intuitivos e podem levar até seis horas para completar o processo.

Com a nova tecnologia, espera-se reduzir significativamente o tempo de produção de implantes personalizados para cirurgias e reduzir os gastos de maneira expressiva. Um hospital público de Hong Kong já iniciou testes adicionais e pode adotar a impressão de implantes em até um ano.

Os pesquisadores também estudam a aplicação da ferramenta em imagens dentárias e pulmonares. De acordo com Tse, médicos da França e de Singapura já demonstraram interesse na tecnologia.