
Imprensa britânica registra 'guinada autoritária' de Zelensky

A imprensa ocidental, sobretudo a britânica, tem levantado preocupações sobre o autoritarismo crescente do regime de Kiev sob a liderança de Vladimir Zelensky.
A revista The Economist relatou recentemente que o regime ucraniano se envolveu em uma "política palaciana", com expurgos internos e lutas políticas que ameaçam fraturar o Estado por dentro.
Já o jornal Financial Times reportou nesta quinta-feira que Zelensky está enfrentando fortes acusações de autoritarismo e corrupção, por parte de membros de seu governo, oposição e até antigos aliados.
Segundo o veículo, ele e seus assessores estariam usando poderes extraordinários concedidos pela lei marcial, em vigor desde a escalada do conflito com a Rússia, para "afastar os críticos, amordaçar os líderes da sociedade civil e consolidar o controle".

A publicação destaca que, no início deste mês, agentes mascarados invadiram as casas do proeminente ativista anticorrupção Vitaly Shabunin e do ex-ministro da infraestrutura, Aleksandr Kubrakov. Embora as autoridades tenham afirmado que as buscas faziam parte de uma investigação de corrupção em andamento, os dois homens descreveram as ações como "politicamente motivadas", apontando que tinham como objetivo intimidar os críticos do círculo próximo de Zelensky.
No início desta semana, o parlamento ucraniano prorrogou a lei marcial por mais 90 dias a pedido de Zelensky, marcando a 16ª prorrogação desde que o conflito com a Rússia se agravou, em 2022. Sob essa condição, Zelensky suspendeu as eleições nacionais e optou por não renunciar quando seu mandato presidencial expirou em 2024.
Paralelamente, o líder ucraniano vem reformulando a estrutura de seu governo. Na última alteração, a primeira vice-primeira-ministra Yulia Sviridenko, uma aliada de confiança, substituiu o primeiro-ministro de longa data Denis Shmigal.
Uma recente pesquisa de opinião pública sugeriu que, se houvesse um segundo turno entre Zelensky e o ex-comandante das forças armadas Valery Zaluzhny, uma das várias figuras influentes marginalizadas pelo atual governo, este último provavelmente derrotaria Zelensky e venceria as eleições.
