
Governo brasileiro reage às ameaças da OTAN: 'não tem cabimento'

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, foi incisivo ao responder às ameaças de Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, contra seu país.
Em entrevista à emissora CNN Brasil nesta quinta (17), o chanceler observou que a OTAN é uma aliança militar, e não uma entidade econômica, e só por isso, os comentários já seriam "totalmente descabidos". Também destacou que Brasília, bem como Pequim e Nova Délhi, outros alvos das ameaças, nem sequer fazem parte da organização.
Ele também lembrou que a União Europeia segue dependente do setor energético russo:
''Talvez ele não esteja informado, como ele é da área militar, e não comercial, que a União Europeia compra 6% do petróleo bruto russo nesse momento, 51% de gás natural e 6% do gás liquefeito''.
Relembre:
No dia anterior, Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, afirmou que Brasil, China e Índia poderiam se tornar alvo de sanções de 100% se continuassem realizando comércio com a Rússia.

''Minha sugestão a esses três países, em particular, é: se você mora agora em Pequim, ou em Délhi, ou se é o presidente do Brasil, talvez deva prestar atenção nisso, porque isso pode atingir vocês com muita força'', afirmou a jornalistas, em alusão às tarifas secundárias anunciadas pelo presidente Donald Trump.
''Faça um telefonema para Vladimir Putin e diga a ele para levar as conversas de paz seriamente. Caso contrário, isso vai recair sobre o Brasil, Índia e China de forma massiva''.
É importante observar que os últimos contatos diplomáticos diretos entre representantes russos e ucranianos ocorreram por iniciativa do presidente russo, que sugeriu a retomada dos diálogos de Istambul.
