
Mais um país africano 'expulsa' exército francês de seu território

A França entregou formalmente nesta quinta-feira (17) suas últimas bases militares no Senegal e concluiu a retirada de seu contingente do país africano após 65 anos de presença, informou a France24.
"Cerca de 350 soldados franceses, encarregados principalmente de conduzir operações conjuntas com o Exército senegalês, deixarão o país da África Ocidental após um processo de retirada de três meses", informou a emissora.
Retirada das tropas
A saída das tropas francesas começou em março, com a transferência das bases de Marechal e Saint-Exupéry ao governo do Senegal. Em maio, o acampamento Contre-Amiral Protet, no porto de Dacar, também foi devolvido.
Uma comissão conjunta estabelecida por Paris e Dacar afirmou que o processo, que inclui a retirada dos militares, será concluído até o fim de 2025.

O Senegal conquistou a independência da França em 1960 e foi, por décadas, um dos aliados mais próximos de Paris na África Ocidental. Em novembro do ano passado, porém, o presidente Bassirou Diomaye Faye — eleito em abril de 2024 — anunciou sua decisão de retirar completamente a presença militar francesa do território.
No início deste ano, o primeiro-ministro senegalês, Ousmane Sonko, declarou que a França não tem legitimidade nem capacidade para garantir a segurança e a soberania dos países africanos.
A declaração foi feita após o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmar que os países do Sahel haviam "esquecido" de agradecer à França por sua intervenção militar contra grupos jihadistas — comentário que gerou forte reação negativa.
- As tropas francesas também foram retiradas do Mali, Burkina Faso e Níger após golpes militares nos três países do Sahel. O Chade, por sua vez, rescindiu seu acordo de cooperação em defesa com a França em 2024.
- Em fevereiro, Paris transferiu para o governo da Costa do Marfim o acampamento militar de Port-Bouet — sua última base no país. Em discurso de fim de ano, o presidente marfinense, Alassane Ouattara, afirmou que a saída dos cerca de 600 soldados franceses tem como objetivo modernizar as Forças Armadas locais.
