Presidente da Colômbia divide governo ao defender ex-atriz pornô para ministério da Igualdade

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, voltou a expor desentendimentos com sua vice, Francia Márquez, durante uma reunião de gabinete. Desta vez, as divergências giraram em torno da possível nomeação da ex-atriz de filmes adultos e jornalista Amaranta Hank para o Ministério da Igualdade e Equidade, pasta anteriormente ocupada por Márquez.

Segundo Petro, Márquez teria ameaçado renunciar caso Hank fosse nomeada ao cargo. O presidente reagiu duramente à recusa e questionou publicamente por que uma criadora de conteúdo adulto não poderia chefiar o ministério.

Petro: 'Governos como o meu têm o dever de enfrentar Israel'

"Então, quem vai resolver o problema das webcams se não for alguém que sofreu com o que está acontecendo com as webcams, que é um novo tipo de escravidão? Porque eles as exploram como escravas, é claro, na esperança de que ainda tenham alguns dólares no cartão de crédito", questionou o presidente.

Nomes cotados para a pasta

Amaranta Hank, que deixou o setor pornográfico em 2019, tem se dedicado ao debate público sobre as questões sociais das profissionais do sexo.

Após os comentários de Petro, ela agradeceu nas redes: "Obrigada, Sr. Presidente, por me defender no Conselho de Ministros".

Petro também defendeu Florián Silva, atual vice-ministro da Diversidade.

"Prometi a Florián que seria vice-ministro , e vocês o estão expulsando. Um líder que luta pela igualdade humana no mundo todo, que é perseguido na Colômbia", argumentou.

Silva atuou como garoto de programa e ator pornô enquanto morava em Paris, e ganhou destaque por sua militância em defesa da comunidade LGBT*.

É formado em ciência política pela Pontifícia Universidade Javeriana e atualmente faz mestrado em Comunicação Política na Universidade de Lleida, na Espanha, conforme o El Espectador.

• O ministério da Igualdade da Colômbia atua na promoção de políticas para mulheres, povos étnicos, LGBT*, migrantes, pessoas com deficiência, moradores de rua, crianças e camponeses.

*O movimento LGBT internacional é classificado como uma organização extremista na Rússia e proibido no país.