
Artista com nanismo rebate críticas sobre festa de Lamine Yamal

Um dos quatro artistas com nanismo contratados para a festa de aniversário do jogador Lamine Yamal, do FC Barcelona, defendeu o evento em entrevista ao programa "Versió RAC1", na quarta-feira (16), na Espanha. Ele negou ter se sentido desrespeitado e afirmou que se divertiu como qualquer outro convidado.
"Está tudo bem, tudo maravilhoso, tudo muito bem e sempre com respeito, éramos artistas ali", afirmou. Segundo ele, a polêmica ganhou repercussão apenas por envolver uma celebridade. "Esse problema surgiu porque é o Lamine, se não fosse o Lamine, não teria virado esse tumulto", completou.
De acordo com o entrevistado, que preferiu não se identificar, os artistas costumam realizar apresentações com danças, mágicas, piadas e distribuição de bebidas. "Sou animador, por que eu não posso ser animador por causa da minha condição física e outra pessoa sim pode?", questionou.

O artista também destacou que há regras claras antes de cada apresentação. Ele afirmou que, ao menor sinal de desrespeito, o grupo encerra as atividades. "Nós sabemos até onde podemos ir e qual é o nosso limite, e nunca vamos ultrapassar esse limite. Obviamente, não somos macacos de circo, sabe, como as pessoas acham que somos", disse.
A festa de Yamal gerou críticas da Associação de Pessoas com Acondroplasia e outras Displasias Esqueléticas da Espanha (ADEE), que classificou o episódio como "intolerável" e prometeu tomar medidas legais e sociais.
Em resposta, o entrevistado afirmou que o trabalho foi feito de forma voluntária e legalizada. "Nós não estamos pedindo ajuda, não estamos pedindo um benefício, não estamos pedindo nada, estamos pedindo que nos deixem trabalhar", afirmou. "Nós temos nosso contrato, somos autônomos, fazemos tudo legalmente", completou.
Ele ainda disse que as ações da associação prejudicam quem vive da animação. "O que eles estão fazendo é nos humilhar, desprezando o trabalho que queremos fazer".
Há anos participando desse tipo de evento, o artista disse sentir orgulho da profissão. Segundo ele, os recentes ataques ao setor não vêm acompanhados de alternativas:
"Ao contrário, estão nos prejudicando ao tentar proibir algo a que nos dedicamos a vida inteira, que gostamos. Eles não estão nos ligando para dizer 'te ofereço um trabalho', ou 'te ofereço cursos para você se formar, e esses cursos sejam remunerados', por exemplo. Não, é o contrário. Eu não recebi nenhuma ligação deles, não recebi nada, nenhuma notícia", finalizou.
