Em uma praia no estado brasileiro do Pará, um grupo de pescadores encontrou um submarino misterioso artesanal, vazio e abandonado entre arbustos.
Embora a descoberta tenha sido feita em fevereiro, a Polícia Científica revelou recentemente os resultados de suas investigações sobre a embarcação, que se acredita ter sido usada para o tráfico de drogas.
O perito Evaldo Soares explicou que a embarcação não foi fabricada por uma empresa naval, mas artesanalmente, utilizando fibra e resina. "Apesar de ser artesanal, foi construída com alta qualidade e resistência, o que lhe dá a capacidade de fazer longas viagens", explicou.
O submarino, mantido na base naval do Pará, tem 19 metros de comprimento e quase três metros de largura, com a cabine interna de 1,70 metro de profundidade. "Essas medições sugerem que a embarcação era semi-submersível, já que parte da cabine não estava submersa", afirmou o especialista, acrescentando que a embarcação poderia transportar até seis toneladas de carga.
Foi informado que a embarcação "estava equipada para acoplar pelo menos três motores de propulsão", que não foram encontrados, e que "a ausência de outros controles e equipamentos sugere que o submarino foi abandonado".
O submarino apareceu em São Caetano de Odivelas, no nordeste do estado, um município muito próximo à cidade de Vigia, onde o primeiro narcossubmarino do Brasil foi encontrado em 2015.
Embora ainda não haja provas conclusivas, o jornal O Globo destaca que a conexão entre o uso desse tipo de embarcação na rota de quadrilhas especializadas em tráfico submarino não é nova e, desde 2010, vários planos de envio de cocaína em submersíveis foram descobertos por organizações criminosas que atuam no país.