Em coletiva de imprensa em Bogotá, Colômbia, na terça-feira (15), a relatora especial da ONU, Francesca Albanese, exigiu sanções imediatas contra Israel e responsabilização de seus líderes por crimes contra a humanidade e pelo que classificou como "genocídio inaceitável" contra palestinos nos territórios ocupados.
Ela criticou a falta de ações concretas da comunidade internacional, que, segundo ela, se limitou a condenações retóricas. As ocupações israelenses aumentaram de cerca de 80, nos anos 1990, para mais de 300 atualmente.
"Agora, vemos que a impunidade, a retórica que permaneceu retórica sem ser seguida por ações concretas, a impunidade agora está levando à realidade atual, que é apocalíptica para as pessoas em Gaza e na Cisjordânia, campos de refugiados inteiros invadidos e todo o Vale do Jordão esvaziado da vida palestina", afirmou.
Ações "obrigatórias"
Albanese defendeu medidas "obrigatórias" para interromper a ofensiva, como a imposição de sanções, o fim imediato do fornecimento de armas a Israel e a suspensão do envio de qualquer tipo de energia ao país.
Ela pediu ainda que países com portos no Mediterrâneo organizem missões regulares com ajuda humanitária — médicos, enfermeiros, alimentos, medicamentos e leite em pó — para conter as mortes por fome.
A relatora afirmou que a justiça internacional deve adotar punições individuais contra "os líderes israelenses mais extremistas", que, segundo ela, devem responder por crimes contra a humanidade.
"Traição aos valores europeus"
Ela também criticou a decisão da União Europeia de manter relações com Israel, classificando-a como "surpreendente" e "triste" diante das contínuas violações e crimes contra os palestinos.
"O fato de as relações terem sido renovadas diante da destruição de Gaza provavelmente marca o ponto mais baixo da política europeia", afirmou. Para Albanese, a postura do bloco representa "uma traição aos valores europeus".