Brasil é elogiado por embaixador palestino após apoio à denúncia contra Israel em Haia

Ibrahim Alzeben afirmou que posicionamento do governo Lula tem peso político e jurídico relevante.

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, agradeceu nesta terça-feira (15) ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo apoio à iniciativa da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, contra Israel.

A ação acusa o governo israelense de cometer genocídio contra a população da Faixa de Gaza.

Em nota, Alzeben classificou a decisão brasileira como um gesto de "grande peso político e jurídico", ressaltando que o posicionamento fortalece o movimento global contra crimes de lesa humanidade.

"A possível decisão do Brasil de participar do processo em curso na Corte Internacional de Justiça (CIJ) fortalece o movimento global contra o genocídio, mostrando responsabilidade, justiça e respeito ao direito dos povos à autodeterminação, ao lado dos países que também apresentaram suas posições", escreveu o diplomata, citado pelo portal Metrópoles.

Em janeiro deste ano, Alzeben se reuniu com Lula para explicar o processo e pedir apoio ao presidente brasileiro. 

Segundo o representante palestino em Brasília, a consolidação do gesto do governo brasileiro representa uma renovação do "compromisso legitimado" contra as ocupações ilegais mantidas por Israel em territórios palestinos e em defesa de uma solução pacífica para o conflito, que se intensificou em outubro de 2023.

"A decisão possui grande peso político e jurídico, dado o peso do Brasil na arena política mundial e do Sul Global, podendo influenciar futuras decisões da ONU de pôr fim a genocídios e crimes de lesa humanidade", afirmou Alzeben.

"A Palestina agradece este passo político, diplomático e jurídico significativo". 

No último dia 13 de julho, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou em entrevista à rede Al Jazeera que o país "está trabalhando" para se somar à ação protocolada pela África do Sul na CIJ. De acordo com o chanceler, a adesão brasileira ao processo pode acontecer "em muito pouco tempo".