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PGR pede condenação de Jair Bolsonaro ao STF por participação em trama golpista

O ex-presidente atuou como líder de uma tentativa de golpe de Estado que só não se concretizou ''pela fidelidade do Exército'', destaca Paulo Gonet.
PGR pede condenação de Jair Bolsonaro ao STF por participação em trama golpistaGettyimages.ru / Arthur Menescal

Em suas considerações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (14), Paulo Gonet, procurador-geral da República, defendeu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, Bolsonaro é culpado pelos cinco crimes pelos quais responde no processo sobre tentativa de golpe de Estado.

Ao todo, a manifestação possui 517 páginas. Nela, Gonet conclui que Bolsonaro não só tinha conhecimento do plano golpista, como liderou suas movimentações.

Segundo o documento, ''o grupo, liderado por Jair Messias Bolsonaro e composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas'', buscando desestabilizar os poderes e impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomasse posse.

A tentativa não se concretizou ''pela fidelidade do Exército'', aponta o parecer, ressaltando, no entanto, que alguns de seus integrantes foram ''desvirtuados'' e passaram a participar dos esquemas.

Gonet também pediu a condenação dos demais integrantes do ''núcleo crucial do golpe''. São eles: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

  • Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
  • A imprensa brasileira destaca que Gonet utilizou todo o prazo concedido pelo ministro Alexandre de Moraes, em 27 de junho, para apresentar seu parecer, que expirou hoje.