
Prefeitura de Diadema compra drone de R$365 mil para lançar gás lacrimogêneo em bailes funk

A prefeitura de Diadema, na região metropolitana de São Paulo, comprou um drone por R$ 365 mil, para ser utilizado pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) na repressão a bailes funk, através do lançamento de bombas de gás lacrimogêneo, informou a imprensa nesta segunda-feira.
A aquisição do drone da empresa Condor S/A Indústria Química foi feita sem licitação. A prefeitura argumentou que o fato do equipamento ter uma tecnologia fornecida somente por uma empresa no Brasil dispensaria a necessidade do processo. Também afirmou que a compra faz parte de uma política mais ampla de segurança pública, o programa Diadema Segura.

O aparelho tem autonomia de voo de 15 minutos, sendo capaz de transportar até 24 bombas de gás lacrimogênio em um único voo. A GCM também adquiriu 48 bombas de gás no modelo utilizado pela máquina.
Segundo o Executivo municipal, o principal objetivo do equipamento "é oferecer uma visão estratégica aérea das aglomerações, permitindo uma atuação planejada, segura e eficaz, reduzindo riscos para os agentes de segurança e para a população". Além disso, afirmou que o veículo leve não tripulado "poderá ser utilizado, quando necessário, para o lançamento de diferentes tipos de armamentos não letais, como gás e outros recursos, de forma precisa".
A gestão do prefeito Taka Yamauchi (MDB) elencou o combate aos "pancadões" como uma de suas prioridades no âmbito da segurança, alegando em nota ter "zerado" os eventos do tipo na cidade.
Críticas da oposição
Vereadores da cidade paulista criticaram a compra, acusando o prefeito de promover uma "gestão autoritária e militarizada, que aposta muito mais no confronto do que no diálogo". "O atual prefeito adotou o combate aos bailes funk como única política de Segurança Pública na cidade. Ele não dialoga com os jovens da periferia, com as comunidades e não oferece alternativa para esse grupo se manifestar culturalmente", afirmou Patrícia Ferreira (PT), líder da oposição na Câmara Municipal de Diadema.
Patrícia também acusou a administração de Yamauchi de não realizar uma pesquisa de mercado ao adquirir o produto, além de desconsiderar possíveis riscos de tumultos provocados pelo equipamento ao ser utilizado em grandes aglomerações.
