O empresário Samvel Karapetian anunciou a criação de um novo partido político na Armênia por meio de suas redes sociais.
Desde meados de junho, Karapetian está preso neste país por defender abertamente a Igreja Apostólica Armênia (AAC), enquanto o primeiro-ministro do país, Nikol Pashinyan, fez duras declarações contra a instituição.
A prisão de empresário foi amplamente condenada por diversas figuras políticas, religiosas e empresariais, tanto no país quanto no exterior.
Enquanto isso, em 4 de julho, milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Ierevan, capital da Armênia, para demonstrar seu apoio ao empresário preso.
"Gostaria de agradecer mais uma vez às dezenas de milhares de meus compatriotas que demonstraram coragem cívica neste 4 de julho. Também sou sinceramente grato a todos aqueles que expressaram seu apoio", escreveu ele no Facebook*.
"Minha mensagem tem sido amplamente debatida ultimamente, mas, infelizmente, houve várias interpretações que estão longe da realidade", acrescentou.
"Acredito que me expressei com muita clareza: criaremos uma força política fundamentalmente nova", enfatizou.
Karapetian afirmou que ele e seus apoiadores têm sua "própria visão para construir um bom futuro para a Armênia".
"E seguiremos nosso próprio caminho, com nossa nova equipe, sem descartar a cooperação política interna com pessoas que pensam como nós", acrescentou.
Ele ainda destacou a união do povo armênio "em torno de objetivos justos e ambiciosos".
"Rejeitaremos a divisão artificial em preto e branco que o governo impôs à sociedade, fragmentando e enfraquecendo nosso país", enfatizou.
- Em 18 de junho, um tribunal criminal de Ierevan condenou Karapetian a dois meses de prisão preventiva. O empresário foi acusado de incitar a tomada do poder após defender abertamente a Igreja Apostólica Armênia, criticada por Pashinian.
- As relações entre a Igreja Apostólica Armênia e o governo do país sofreram tensões desde que Pashinyan assumiu o poder. O Patriarca Supremo e Católico de Todos os Armênios, Gareguin II, tem repetidamente exigido a renúncia do primeiro-ministro.
*Pertencente à Meta, classificada na Rússia como uma organização extremista, cujas redes sociais são proibidas em seu território.
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