Em reação à iniciativa do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, divulgou uma carta no domingo (13).
Segundo o G1, Barroso classificou a medida como baseada em uma "compreensão imprecisa dos fatos" e afirmou que divergências políticas não justificam distorções da realidade.
"Em 9 de julho último, foram anunciadas sanções que seriam aplicadas ao Brasil, por um tradicional parceiro comercial, fundadas em compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos", declarou o ministro do STF.
Rejeição à justificativa de Trump
Barroso rechaçou a justificativa de Trump, que apontou a tarifa como resposta a uma suposta "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe de Estado.
O ministro argumentou que os processos seguem a lei e estão embasados em provas concretas.
Ele também mencionou o histórico de tentativas de ruptura institucional no Brasil ao longo dos últimos 90 anos, como o golpe de 1964, o atentado frustrado no Aeroporto de Brasília (2018), a tentativa de explosão de uma bomba no STF, as alegações infundadas de fraude eleitoral em 2022 e o plano golpista que incluía o assassinato do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Defesa das instituições brasileiras
Barroso declarou que o Judiciário, assim como outras instituições, está "ao lado dos que trabalham a favor do Brasil" e preparado para defendê-lo.
A manifestação do ministro ocorre em meio à tensão entre o STF e aliados de Bolsonaro, que acusam a Corte de perseguição política.
O anúncio recente de Trump sobre a aplicação da tarifa de 50% marca um novo capítulo no atrito entre Washington e Brasília.
Ao contrário do alinhamento no primeiro mandato de Trump com o então presidente Jair Bolsonaro, a relação com o atual chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, tem sido marcada por críticas e trocas de farpas, inclusive nas redes sociais.
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