Barco 'Handala' parte da Itália rumo a Gaza para romper bloqueio israelense

Embarcação zarpou no domingo (13) de Siracusa, levando ajuda humanitária e denunciando o cerco contra o território palestino.

O barco 'Handala', parte da Flotilha da Liberdade, deixou o porto de Siracusa, na Itália, neste domingo (13) com destino à Faixa de Gaza.

A missão busca romper o bloqueio imposto por Israel ao território palestino, entregar ajuda humanitária e denunciar a crise humanitária vivida pela população local, especialmente pelas crianças.

A bordo estão médicos, advogados, jornalistas, ativistas voluntários e organizadores comunitários. A embarcação leva o nome de um personagem criado pelo cartunista palestino Naji al-Ali, símbolo da resistência à ocupação.

"Zarpamos para romper o bloqueio ilegal de Israel sobre Gaza. Prometemos ao povo de Gaza que não pararemos até que o bloqueio acabe, a Palestina seja libertada e Israel seja julgado por genocídio", declarou de Sicília a tripulante María Elena, informa a teleSUR.

A partida ocorre pouco mais de um mês após o episódio em que o barco 'Madleen', também da Flotilha da Liberdade, foi interceptado por forças israelenses em águas internacionais em 9 de junho. Na ocasião, 12 voluntários civis desarmados foram detidos, entre eles a ativista sueca Greta Thunberg, a deputada francesa Rima Hassan, o jornalista Omar Faiad e o ativista brasileiro Thiago Ávila.

A coalizão responsável pela missão afirma que seus integrantes não representam governos, mas sim "o povo, que age quando as instituições falham".

Gaza enfrenta há meses uma escalada da crise humanitária, com denúncias de mortes, fome, doenças e traumas entre a população infantil.

Desde março, quando Israel retomou os ataques após o fim de um cessar-fogo, mais de 6.572 palestinos foram mortos e mais de 23 mil ficaram feridos, segundo a Flotilha. A mesma fonte afirma que mais de 50 mil crianças foram mortas ou feridas.

No último sábado (12), a Organização das Nações Unidas informou que ao menos 833 pessoas morreram desde o fim de maio tentando acessar alimentos na Faixa de Gaza. Quase dois terços dessas mortes ocorreram próximas a um ponto de distribuição da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), controlada por Israel e pelos Estados Unidos.

O 'Handala', construído originalmente como barco pesqueiro na década de 1960, não segue rota direta a Gaza. Está prevista uma escala em Galípoli, na região italiana de Apúlia, que suspendeu colaborações com Israel.

A Flotilha da Liberdade mantém um sistema de rastreamento ao vivo no próprio site, como medida de proteção diante do que considera um "risco real e bem documentado de interceptação por forças navais israelenses". O mesmo aconteceu com o 'Madleen', cujas comunicações foram bloqueadas antes da abordagem.

A missão também busca encorajar outras ações semelhantes. Segundo os organizadores, uma nova flotilha com dezenas de barcos está sendo preparada a partir do Magreb. "A situação em Gaza é cada vez mais dramática… Não nos rendemos e seguiremos tentando romper o cerco", afirmou o porta-voz italiano da coalizão, Michele Borgia.