Rússia repreende duramente rumores que estaria pressionando Irã a aceitar um acordo nuclear desvantajoso

Chancelaria russa chama um relatório da Axios de ferramenta das elites políticas dos EUA para aumentar as tensões sobre o programa nuclear do Irã.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia reagiu neste domingo a uma reportagem anterior da Axios, segundo a qual o presidente russo, Vladimir Putin, estaria pedindo ao Irã que aceitasse um acordo nuclear de "enriquecimento zero" com os EUA.

A pasta diplomática russa descreveu o meio de comunicação, cuja reportagem se baseia em fontes não especificadas, como uma "ferramenta das elites políticas dos EUA, dos serviços de inteligência e do chamado 'estado profundo'" para lançar uma "campanha suja" com o objetivo de aumentar as tensões sobre o programa nuclear do Irã.

A esse respeito, o Ministério das Relações Exteriores reiterou seu apelo para resolver a crise do acordo nuclear "exclusivamente por meios políticos e diplomáticos" que ajudariam a encontrar soluções aceitáveis para todas as partes envolvidas.

No final do mês passado, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasili Nebenzia, afirmou que os ataques dos EUA e de Israel às instalações atômicas do Irã constituem um "ataque direto e muito perigoso" à autoridade do Tratado de Não Proliferação Nuclear e ao direito de Teerã de usar a energia nuclear para fins pacíficos.

Vale lembrar que o Irã já declarou anteriormente que continuará a desenvolver seu programa nuclear pacífico e buscará o enriquecimento de urânio de acordo com suas necessidades e em conformidade com os tratados internacionais. A República Islâmica tem afirmado repetidamente seu direito de desenvolver tecnologias nucleares para fins pacíficos e rejeita as exigências para interromper o enriquecimento de urânio.

Por sua vez, o presidente persa, Masoud Pezeshkian, advertiu que seu país não tem garantias para evitar novos ataques caso as negociações com os Estados Unidos sejam retomadas. "Como podemos ter certeza de que, em meio às negociações, o regime israelense não receberá permissão para nos atacar novamente?", perguntou ele em uma entrevista ao jornalista Tucker Carlson.