Irã impõe condição aos EUA para retomada do diálogo nuclear

Ao se juntar ao ataque israelense contra o Irã, os EUA "traíram a diplomacia", denunciou o ministro das Relações Exteriores do Irã.

Teerã está disposto a negociar sobre seu programa nuclear, mas somente se, após a retomada do diálogo, as ações dos Estados Unidos e de outros países não levarem à guerra, declarou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, neste sábado (12).

Em uma declaração direta, Araghchi explicou a relutância do Irã: "Sempre estivemos dispostos a falar sobre nosso programa nuclear e continuaremos a fazê-lo no futuro, mas é natural garantir que, se as negociações forem retomadas, não sejamos arrastados para uma guerra pelos EUA ou por outros países".

O ministro das Relações Exteriores iraniano apontou diretamente para o evento que corroeu a confiança: as negociações estavam em pleno andamento quando Israel, em coordenação com Washington, atacou o país persa.

Segundo Araghchi, ao participar do ataque, os EUA "traíram a mesa de negociações, traíram a diplomacia". Dado esse precedente, enfatizou que agora, se tentarem retomar as negociações, é necessário a garantia de que "tal ato não se repetirá".

O Irã tem afirmado repetidamente que seu programa nuclear é de natureza exclusivamente pacífica e que a República Islâmica nunca buscou obter uma bomba nuclear.

No começo de julho, o país reafirmou seu direito de desenvolver tecnologias nucleares para usos pacíficos e rejeita exigências para interromper o enriquecimento de urânio.

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