
Netanyahu prolongou a guerra em Gaza para se manter no poder, diz The New York Times

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prolongou o conflito em Gaza para se manter no poder, de acordo com uma reportagem publicada pelo New York Times na última sexta-feira (11).
Os autores da publicação entrevistaram mais de 110 autoridades em Israel e nos EUA, bem como em países árabes, que puderam observar o primeiro-ministro de perto desde o início das hostilidades e, em alguns casos, até mesmo antes. Dezenas de documentos relacionados ao conflito em Gaza também foram analisados.
"Por razões óbvias, uma das alegações mais sensíveis sobre a condução da guerra por Netanyahu é que ele a prolongou para seu próprio ganho político pessoal", diz o artigo.

Desde 2020, o presidente vem sendo julgado por corrupção. Na maioria dos casos, ele foi acusado de conceder favores a empresários em troca de presentes e cobertura favorável da mídia.
De acordo com os pesquisadores, se Netanyahu perdesse o cargo, ele ficaria sem a capacidade de remover o procurador-geral que supervisionou seu processo, como seu partido Likud de fato tentou fazer.
Para manter seu cargo, o político liderou uma frágil coalizão que dependia do apoio de ministros de extrema direita que pretendem restabelecer os assentamentos judaicos em Gaza.
Se um cessar-fogo fosse acordado, esses ministros poderiam tomar a decisão de derrubar a coalizão governista, provocando eleições antecipadas que, de acordo com as pesquisas citadas pelo jornal, o primeiro-ministro perderia.
Desde então, a guerra em Gaza já dura mais de 22 meses e já custou a vida de pelo menos 55 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças, das quais cerca de 10 mil têm menos de 11 anos de idade.
