Díaz-Canel reage a sanções dos EUA e acusa Washington de punir independência de Cuba

Presidente cubano diz que os EUA atacam Cuba por não se submeterem a interesses estrangeiros e por denunciarem abertamente crimes cometidos por Israel.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, afirmou que o que realmente incomoda os Estados Unidos é a legítima independência da Ilha e as conquistas do programa socialista da nação, além da liberdade para condenar abertamente os crimes de Israel contra a população palestina em Gaza e na Cisjordânia.

A declaração foi feita neste sábado (12), um dia após Donald Trump sancionar o presidente cubano sob acusação de violar direitos humanos durante manifestação ocorrida em seu país no ano de 2021, quando milhares de cubanos saíram às ruas para protestar contra o aprofundamento da crise econômica, a pior em três décadas.

"O que incomoda os EUA em Cuba é a verdadeira independência, que as transnacionais não governem aqui, que tenhamos saúde e educação gratuitas, que não peçamos permissão para condenar crimes como os de Israel e dos EUA contra os palestinos", escreveu o primeiro secretário do Partido Comunista Cubano. 

O secretário de Relações Exteriores dos EUA, Marco Rubio, também fez duras acusações contra o governo cubano, buscando impedir que investimentos externos aportem na Ilha.

O secretário disse que seu gabinete "está atualizando a Lista de Propriedades Restritas de Cuba e a Lista de Acomodações Proibidas em Cuba para incluir 11 propriedades ligadas ao 'regime', incluindo o novo hotel 'Torre K' de 42 andares, para evitar que fundos dos EUA cheguem aos repressores corruptos da Ilha".

A medida foi anunciada justamente no aniversário de 4 anos da manifestação de 2021. Familiares do presidente e outros funcionários do governo também foram atacados pelos EUA, a partir da revogação de seus vistos de entrada e saída em território norte-americano.

O ataque dos EUA foi repudiado pelo governo venezuelano, que anunciou sua "rejeição mais enérgica e categórica" às sanções, considerando que tais medidas refletem uma 'agenda' que consiste em "prolongar a Doutrina Monroe sob novas máscaras".

"A imposição de novas medidas coercitivas nada mais são do que atos de pirataria financeira disfarçados de falsa moralidade. Enquanto o povo cubano resiste com dignidade heroica, é o governo dos Estados Unidos o responsável direto pelo sofrimento causado pelo bloqueio criminoso e ilegal, covardemente intensificado por figuras como Rubio", destacou o Ministério das Relações Exteriores.