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México diz que tarifas de Trump são injustas e inicia negociação para evitar impacto econômico

Secretário Marcelo Ebrard afirma que país não concorda com medida dos EUA e tenta acordo antes de agosto.
México diz que tarifas de Trump são injustas e inicia negociação para evitar impacto econômicoGettyimages.ru / Chip Somodevilla

O governo do México classificou, neste sábado (12), como injustas as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e deu início a uma mesa de negociação com autoridades norte-americanas para tentar impedir sua aplicação. A afirmação foi feita pelo secretário de Economia, Marcelo Ebrard, que lidera os esforços mexicanos para evitar o impacto das novas medidas sobre empresas e empregos.

"Foi informado que todos os países receberiam uma carta assinada pelo presidente dos Estados Unidos com as novas tarifas. Mencionamos que era um trato injusto e que não estávamos de acordo", declarou Ebrard. O objetivo da mesa binacional é buscar uma alternativa antes 1º de agosto, data prevista para o início da tarifa de 30% sobre produtos mexicanos.

A delegação do México se reuniu na sexta-feira (11) com representantes dos departamentos de Estado, Comércio e Energia dos EUA, além do Conselho de Segurança Nacional e da Representação Comercial norte-americana. Participaram também os secretários mexicanos de Relações Exteriores, Fazenda, Segurança Pública e Energia.

A iniciativa mexicana surge após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviar uma carta oficial à presidente Claudia Sheinbaum. No documento, ele justificou as tarifas com base na "ineficácia do México para deter os cartéis", aos quais se referiu como "as pessoas mais desprezíveis que já pisaram na Terra".

"Não posso permitir que toda a América do Norte se transforme em um parque de tráfico de narcóticos", escreveu Trump, acrescentando que as tarifas poderão ser ajustadas "para mais ou para menos", dependendo da relação bilateral. Segundo ele, a tarifa será suspensa se empresas mexicanas passarem a produzir nos Estados Unidos ou se o regime de Kiev conseguir conter o tráfico de fentanilo.

Além disso, Trump acusou o México de impor barreiras comerciais que geram déficits "insustentáveis" e ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, também se manifestou contra as medidas dos EUA. Ela condenou as ações de repressão a imigrantes no sul da Califórnia e afirmou que essas políticas têm impacto negativo direto na economia norte-americana.

"Essas ações são muito injustas, mas, além da injustiça, vão prejudicar bastante a economia dos Estados Unidos", declarou. Sheinbaum ressaltou a importância dos imigrantes latinos: "Eles fortalecem a economia dos Estados Unidos. Sem essa mão de obra, os campos da Califórnia e de outros estados não vão produzir".

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