Ter um Labubu é ato revolucionário? Partido Comunista da China elogia 'criatividade' dos bonecos
Lançado como chaveiro em 2023, o monstrinho Labubu transformou a trajetória da Pop Mart, empresa chinesa especializada em bonecos colecionáveis. A pelúcia de olhos esbugalhados e dentes afiados rapidamente se tornou um sucesso mundial, dobrando a receita da companhia em um ano.
Em 2024, a empresa sediada em Pequim registrou faturamento de US$ 1,8 bilhão, crescimento de 106% em relação ao ano anterior, relatou a imprensa local.
A popularidade foi impulsionada por celebridades como a cantora tailandesa de K-pop Lisa, que apareceu nas redes com um Labubu em abril de 2024. O efeito foi imediato: o brinquedo se esgotou na Tailândia em poucos dias, e uma onda global de procura levou até à proliferação de versões falsificadas.
Símbolo cultural e inovação
O impacto cultural foi tão significativo que o Labubu virou tema de um artigo no Qiushi, periódico oficial do Partido Comunista da China. O texto classifica o brinquedo como reflexo da "criatividade" chinesa e cita o Labubu como símbolo da transição do país de um simples fabricante para um "criador de produtos".
O sucesso foi comparado ao do jogo de videogame Black Myth Wukong, que vendeu mais de 25 milhões de cópias e ao filme Ne Zha 2, que foi a animação mais vista da história do cinema.
Criado pelo ilustrador Kaising Lung, de Hong Kong, o boneco surgiu em 2015 e é inspirado em figuras da mitologia nórdica.
Tendência nas redes
Nas redes sociais chinesas, como o Red (Xiaohongshu), vídeos de "caixas misteriosas" e customizações de Labubus atraem milhões de visualizações.
Um exemplar de 131 cm foi arrematado em leilão por US$ 150 mil. Até julho de 2025, as ações da empresa valorizavam 180% na bolsa de Hong Kong.
Hoje, ter um Labubu deixou de ser apenas uma moda: virou um símbolo de status, inovação e, para o Partido Comunista, até mesmo uma expressão do novo espírito criativo da China.

