
Dilma quer 30% dos financiamentos do banco do BRICS em moedas locais até 2026

Em discurso na quarta-feira (9), a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, defendeu o uso de moedas locais nos financiamentos realizados entre os países do BRICS.

Segundo Dilma, adotar moedas nacionais nas operações é mais vantajoso para viabilizar o desenvolvimento sustentável dos países-membros.
"O que acontece muitas vezes é que o acesso à moeda internacional é considerado não adequado para financiamento de longo prazo, porque durante 30 anos, por exemplo, para uma hidrelétrica, ou 20 anos para o financiamento de outras fontes de energia, você terá o risco crescente de ter situações que você não controla", afirmou.
Redução de riscos cambiais
Dilma ressaltou que operações lastreadas em moedas locais "ajudam a mitigar riscos cambiais relacionados a moedas avançadas", já que os países não têm controle sobre a política monetária dessas economias.
Ela acrescentou que, em contextos assim, "sua moeda se desvaloriza e a taxa de juros sobe", o que pressiona o setor privado, que acaba sem condições de “suportar a pressão no seu balanço financeiro".
A meta do banco é que, até 2026, 30% da carteira de empréstimos esteja denominada em moedas locais, diminuindo a dependência do dólar e reduzindo a exposição ao câmbio. A medida integra a estratégia do BRICS de ampliar a cooperação financeira e fomentar o comércio entre os membros com base em suas próprias moedas.
- Criado em 2015 como alternativa às instituições financeiras ocidentais, o NDB –, conhecido como "o banco dos BRICS" –, tem ampliado sua atuação, com foco em infraestrutura e projetos sustentáveis nos países emergentes do grupo.
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