UE e Ucrânia já foram derrotadas no conflito com a Rússia, afirma premiê húngaro

Viktor Orbán revelou que tentou conversar com Vladimir Zelensky sobre o conflito, mas percebeu que está "diante de um comediante".

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou em entrevista na quarta-feira (9) que a União Europeia e a Ucrânia já perderam o conflito com a Rússia e instou os políticos europeus a pararem de alimentar os combates e iniciarem as negociações de paz.

"Chegará um momento amargo em que os líderes europeus, com exceção de nós e dos eslovacos, terão que admitir que seguiram a estratégia errada e que foi por isso que foram derrotados nesta guerra. Portanto, acredito que a União Europeia já perdeu esta guerra. A Ucrânia está resistindo, embora esteja recuando, está resistindo no front. Mas me parece que a Ucrânia também perdeu", declarou Orbán. 

Para Orbán, "esta guerra não pode ser vencida na frente de batalha; só pode ser encerrada pela diplomacia". Orbán questionou como uma potência nuclear pode ser derrotada, referindo-se à Rússia.

"Não acredito que uma potência nuclear possa perder uma guerra. Ficou claro desde o início que isso não existe", afirmou.

Ele também criticou as autoridades europeias, afirmando que elas já gastaram mais de € 100 bilhões na Ucrânia e querem gastar ainda mais, embora não tenham "nenhum caminho racional e descritível para a vitória, calculado pela lógica militar e política".

"Devemos frear o mais rápido possível, parar os generais, agradecê-los por seu trabalho, trazer diplomatas e ministros das Relações Exteriores de volta à mesa de negociações e começar a trabalhar pela paz", enfatizou.

"Comediante"

O premiê também criticou o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, chamando-o de "influencer", "ator-político" e "comediante". Ele indicou que a carreira de Zelensky como comediante não o ajudou a governar o país.

"Sua formação não o ajudou com o que ele teve que fazer depois", disse Orbán, acrescentando que "está basicamente desempenhando um papel presidencial".

O líder húngaro disse ainda que tentou conversar com Zelensky sobre o conflito, mas sem sucesso. "Quando tentei conversar com ele mais profundamente, sobre contextos mais globais, percebi que não funcionou. Aqui estou eu, de pé ou sentado, diante de um comediante", observou ele.