O Planalto reagiu oficialmente nesta quarta-feira (9) à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de até 50% sobre produtos importados do Brasil.
Em comunicado divulgado após a manifestação pública do presidente norte-americano nas redes sociais, o governo brasileiro afirmou que o país "não aceitará ser tutelado por ninguém" e classificou como "falsa" a alegação de déficit comercial dos EUA com o Brasil.
Nesse sentido, ressaltou que "qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica".
"O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém", declarou o Planalto.
A nota rebateu pontos mencionados por Trump em sua carta, como o processo judicial movido contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) contra mídias sociais dos EUA. Naquele caso, afirmou que o processo "contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira".
"No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática", afirmou o governo.
O texto questionou a justificativa econômica apresentada por Trump, que usou um suposto déficit na balança comercial com o Brasil como motivo para as novas tarifas.
"É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano", afirma o comunicado, citando que "as estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos".
"A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo", concluiu.
- Na carta enviada ao presidente Lula, Donald Trump ameaça aumentar ainda mais a tarifa sobre produtos brasileiros caso o Brasil reaja com a elevação dos impostos sobre importações dos EUA.