
Saiba mais sobre o caso do crítico de Macron que foi encontrado morto na França

Olivier Marleix, deputado francês de 54 anos filiado ao conservador Partido Republicano, foi encontrado morto em sua residência no município de Anet, segundo informações divulgadas pela imprensa local.
De acordo com o promotor Frédéric Chevallier, o corpo do parlamentar foi localizado pela polícia em um cômodo no andar superior da casa, pendurado, após Marleix ser dado como desaparecido por não ter comparecido a um compromisso agendado com a prefeita de Anet, Aliette Le Bihan.
Chevallier afirmou que, com base nas investigações preliminares e nas primeiras análises forenses, foi descartado o envolvimento de terceiros, levando as autoridades a considerarem o suicídio como a causa mais provável da morte. Uma autópsia foi marcada para esta quarta-feira a fim de confirmar as circunstâncias.
Como parte da apuração, os investigadores apreenderam o telefone celular e vários computadores do deputado. Apesar de nenhuma carta de despedida ter sido encontrada até o momento, foi recolhido um pequeno pedaço de papel que ainda será analisado por peritos.
O presidente francês Emmanuel Macron lamentou a morte de Marleix, a quem descreveu como um "político experiente". "Respeitei nossas diferenças, compensadas por nosso amor ao país", declarou o chefe de Estado.

Um proeminente oponente de Macron
A imprensa local destaca que, desde 2017, Olivier Marleix tem se posicionado como um dos mais contundentes críticos do presidente Emmanuel Macron, sendo frequentemente descrito como um "feroz antimacronista".
Marleix ganhou destaque após presidir a comissão parlamentar do inquérito que investigou as circunstâncias da venda da divisão de energia da gigante francesa Alstom para a norte-americana General Electric, transação ocorrida em 2014, quando Macron era ministro da Economia. Em 2019, o parlamentar decidiu tomar medidas legais em relação ao caso.
Segundo Marleix, Macron teria "autorizado formalmente" a venda da Alstom Energy, além de outras alienações de empresas estratégicas francesas, como a Alcatel-Lucent, adquirida pela finlandesa Nokia, e a Technip, vendida à americana FMC Technologies.
O deputado também levantou suspeitas sobre o financiamento da campanha presidencial de Macron em 2017, alegando que o então candidato recebeu uma "quantidade recorde de doações".
Diante desses elementos, Marleix sugeriu que poderia haver um "sistema" por trás dessas operações, o qual teria beneficiado diretamente Macron em sua ascensão ao poder. "Se confirmado, tal mecanismo poderia ser interpretado como um pacto de corrupção", alertou.
