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Secretário de Defesa dos EUA supostamente interrompeu remessas de armas americanas à Ucrânia sem avisar Trump

A medida, cancelada dias depois por Donald Trump, causou confusão no governo e forçou as autoridades a prestar explicações urgentes ao Congresso e ao regime de Kiev.
Secretário de Defesa dos EUA supostamente interrompeu remessas de armas americanas à Ucrânia sem avisar TrumpGettyimages.ru / Kayla Bartkowski

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, suspendeu as remessas de armas dos EUA para a Ucrânia na semana passada sem notificar a Casa Branca, informou a CNN citando cinco pessoas familiarizadas com o assunto.

A medida, cancelada dias depois pelo presidente Donald Trump, causou confusão no governo e forçou as autoridades a prestar explicações urgentes ao Congresso e ao regime de Kiev.

Nem o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, nem o secretário de Estado, Marco Rubio, que também é conselheiro de segurança nacional de Trump, foram informados da decisão. De acordo com um alto funcionário da Casa Branca, ambos ficaram sabendo da decisão por meio da imprensa.

Esta é a segunda vez este ano que Hegseth suspende o envio de ajuda a Kiev sem consulta prévia ao governo, indicando um processo de tomada de decisão "irregular" no governo republicano, observou a mídia. A primeira vez aconteceu em fevereiro e foi rapidamente cancelada, informaram três fontes.

Um dos motivos da falta de coordenação do chefe do Pentágono pode ser a ausência de um chefe de gabinete ou de assessores de confiança que poderiam tê-lo incentivado a coordenar melhor as decisões, disseram os dois interlocutores.

Quando questionado a este respeito, o porta-voz do Departamento de Defesa, Kingsley Wilson, disse: "Hegseth forneceu ao presidente uma estrutura para avaliar as entregas de ajuda militar e os estoques existentes. Essa iniciativa foi coordenada por todo o governo".

Falta de coordenação

Na semana passada, o Departamento de Defesa dos EUA suspendeu as entregas de determinados armamentos que Washington havia prometido à Ucrânia durante a presidência de Joe Biden.

A Casa Branca afirmou que a decisão foi tomada para "colocar os interesses dos EUA em primeiro lugar" após uma análise do Pentágono sobre o apoio militar e a assistência de Washington a outros países.

No entanto, o Pentágono voltou atrás e anunciou na segunda-feira que enviaria mais armas para a Ucrânia.

"Por determinação do presidente Trump, o Departamento de Defesa enviará armas defensivas adicionais à Ucrânia para que os ucranianos possam se proteger enquanto trabalhamos para alcançar uma paz duradoura", disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em comunicado. "Nosso sistema, que permite ao presidente avaliar os suprimentos militares em todo o mundo, continua em vigor e é parte integrante de nossas prioridades de defesa 'Estados Unidos Primeiro'."

A retomada das entregas foi posteriormente confirmada pelo próprio Trump.