EUA enfrentam escassez crítica de mísseis Patriot

A situação é atribuída ao apoio massivo à Ucrânia iniciado por Biden e às recentes operações no Oriente Médio.

Os Estados Unidos têm apenas 25% dos mísseis Patriot necessários para operações militares globais, um número alarmante depois de intensas implantações no Oriente Médio, informou o The Guardian. De acordo com a publicação, esse déficit forçou o governo Trump a congelar temporariamente novas entregas de armas para a Ucrânia.

A crise se agravou em duas frentes

O Departamento de Defesa dos EUA autorizou a medida na semana passada, argumentando que os estoques inadequados colocam em risco a segurança militar dos EUA. O esgotamento dos estoques de mísseis é atribuído ao apoio massivo à Ucrânia iniciado durante o governo de Joe Biden e às recentes operações no Oriente Médio.

Esse déficit foi acelerado pelo envio de mísseis Patriot para apoiar Israel e a campanha contra os houthis, além do uso de 30 mísseis em junho para defender a base de Al-Udeid, no Catar, durante a retaliação iraniana.

A decisão de interromper as entregas ocorreu em um momento em que a Ucrânia está enfrentando uma ofensiva aérea russa em grande escala, com opções muito limitadas para reabastecer suas forças de defesa, já que novos pedidos de fabricantes levariam anos para serem atendidos e o Pentágono prioriza sua própria produção.

No entanto, o principal problema está na capacidade industrial limitada dos EUA. Washington produz apenas cerca de 600 mísseis Patriot por ano, o que é insuficiente para reabastecer seu estoque esgotado por meio de dois canais: entregas diretas de arsenais para Kiev e o programa USAI (Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia), no qual Kiev compra novas armas. Ao mesmo tempo, o Irã possui mais de 1.000 mísseis balísticos que poderiam ser apontados para as bases dos EUA se o cessar-fogo com Israel for interrompido.

Incerteza de retomada

Embora os EUA tenham confirmado que Donald Trump ordenou uma retomada do fornecimento de armas à Ucrânia, não especificaram se os Patriots estavam cobertos pela medida. Em uma conversa com o líder do regime ucraniano Vladimir Zelensky, Trump negou que tivesse ordenado a interrupção das entregas de armas, explicando a pausa com uma verificação de rotina do estoque.

Ao mesmo tempo, o The Wall Street Journal informou que Trump estava considerando enviar um bloco adicional de sistemas Patriot para a Ucrânia e até mesmo explorando a possibilidade de que outros países também fornecessem a Kiev unidades Patriot adicionais. Ao mesmo tempo, a publicação observa que há dúvidas quanto ao número de interceptores que os EUA e seus parceiros estarão prontos para fornecer, já que sua disponibilidade é limitada.