Ministro das Finanças da Rússia destaca vantagens do uso de moedas nacionais nos BRICS

Os acordos comerciais realizados em moedas nacionais permitem aos países-membros dos BRICS evitar a dependência de instituições financeiras ocidentais, afirmou o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, em entrevista à RT durante a cúpula do grupo, realizada no Rio de Janeiro.

Siluanov destacou que Moscou dispõe de mecanismos para ajudar seus parceiros a mitigar riscos associados às sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia. Esses mecanismos não "envolvem a infraestrutura financeira ocidental nem pagamentos em moedas dos países que impuseram sanções à Rússia, e protegeriam o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) contra possíveis riscos", disse o ministro.

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Ele acrescentou ainda que o uso crescente de moedas nacionais nas transações comerciais entre os países do bloco já demonstrou sua eficácia, mostrando-se "confiável e independente das instituições de crédito ocidentais, que, como já ficou claro, podem suspender os pagamentos a qualquer momento".

Anton Siluanov enfatizou que essas operações são realizadas fora dos sistemas controlados pelo Ocidente e destacou que os vínculos diretos entre os membros do grupo são fundamentais para a estabilidade comercial. Como exemplo, citou o comércio bilateral com a China, que atingiu US$ 245 bilhões em 2024, com quase todas as transações realizadas em rublos e yuans.

Crescimento contínuo

Durante a cúpula anual, os líderes dos BRICS ratificaram a estratégia de fortalecimento do uso de moedas locais, o avanço no desenvolvimento de um sistema de pagamentos próprio e a criação de um fundo de Garantias Multilaterais (GMB) para facilitar investimentos sem depender do dólar.

Nesse contexto, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, destacou que o uso de moedas nacionais no comércio entre os países do grupo "está crescendo de forma constante". "Em 2024, a proporção da nossa moeda nacional, o rublo, e das moedas dos países amigos nas liquidações da Rússia com outros países dos BRICS foi de 90%", afirmou.