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Reino Unido e França se desentendem sobre papel de Trump e rumos do conflito na Ucrânia

Os principais aliados do regime de Kiev discordam sobre envio de tropas europeias e estratégias para manter a Ucrânia em prontidão para o combate.
Reino Unido e França se desentendem sobre papel de Trump e rumos do conflito na UcrâniaGettyimages.ru / Stefan Rousseau

O Reino Unido e a França, que lideram a chamada "coalizão dos dispostos", que busca reforçar o apoio ao regime de Kiev, estão passando por tensões em seus esforços para coordenar posições e chegar a negociações para resolver o conflito ucraniano, informou o Politico, citando fontes não identificadas.

Duas autoridades francesas reconheceram que o entendimento entre os dois países está  está avançando "sem uma direção clara" e indicaram que isso se deve, em parte, ao fato de Londres estar se concentrando demais nas garantias de segurança de Washington que ainda não se concretizaram.

"Até agora, Londres e Paris se coordenaram estreitamente para tentar manter Donald Trump na mesa de paz da Ucrânia", escreveu o veículo de mídia, mas acrescentou que, na ausência de progresso na questão, as autoridades britânicas e francesas ficaram irritadas com a maneira como suas contrapartes decidiram lidar com o inconstante presidente dos EUA.

Um acadêmico francês ligado ao presidente Emmanuel Macron observou que o primeiro-ministro britânico Keir Starmer é "muito mais cauteloso" ao lidar com a Casa Branca.

Por sua vez, o presidente francês "tentaria bajular Trump", mas não tanto quanto Londres, disse o ex-diplomata britânico.

Para dissipar as dúvidas dos aliados, Downing Street agendou uma reunião da "coalizão dos dispostos" para coincidir com a visita de Macron ao Reino Unido, de acordo com o Politico, que informou anteriormente que a reunião seria realizada em 10 de junho.

A reunião discutirá como manter a Ucrânia em um estado de prontidão para o combate; como aumentar a pressão sobre a Rússia e como continuar trabalhando nas próximas etapas, disse uma fonte consultada pelo Politico.

  • A aliança apresentou a ideia de enviar forças de paz europeias para o solo ucraniano após o término definitivo do conflito. No entanto, até o momento, apenas seis países do espaço comum estão prontos para enviar tropas militar, incluindo o Reino Unido, a França e os países bálticos, como ficou claro após uma das reuniões do bloco em abril.
  • A Alta Representante da UE para Assuntos Externos e Política de Segurança, Kaja Kallas, afirmou na ocasião que a chamada "coalizão" não havia apresentado planos concretos para um acordo de ação conjunta no país eslavo após o fim do conflito.

  • A Rússia tem alertado repetidamente que a presença de tropas da OTAN no território ucraniano, em qualquer capacidade, representa uma ameaça e significa uma nova escalada, que Moscou não aceitará em nenhuma circunstância.