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Modelo Bukele no Chile? A proposta do Governo contra o crime organizado
O ministro da Justiça, Luis Cordero, diz que o Governo é a favor de prisões de segurança máxima e de um regime penitenciário especial para gangues criminosas.
O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos do Chile, Luis Cordero, garantiu neste domingo que o Governo é favorável à proposta do procurador nacional, Ángel Valencia, de construir prisões especiais para o crime organizado, algo que poderia seguir o modelo que o presidente Nayib Bukele instalou em El Salvador.
"O Governo está a favor de avançar nesse tipo de prisões de segurança máxima e regime penitenciário para o crime organizado", afirmou durante uma entrevista ao jornal El País.
Referindo-se ao modelo italiano para membros da máfia, Cordero afirmou que não se trata apenas de um modelo de prisão, mas de um "regime penitenciário muito rigoroso, regulamentado por lei", e destacou que "lá eles não têm apenas comunicação somente mediante centrais telefônicas, mas também gravações de imagens e conversas".
Portanto, o compromisso com esse tipo de prisão de segurança máxima exige não apenas uma infraestrutura adequada, "mas também uma regulamentação precisa", segundo seu critério.
Bloqueadores de sinal de celular
Cordero fez essas declarações alguns dias depois de anunciar a implementação de uma nova tecnologia de bloqueadores de números de telefones celulares em Santiago do Chile, em uma área onde estão localizadas três prisões, incluindo a Penitenciária Especial de Alta Segurança (REPAS), onde membros e líderes de gangues internacionais do crime organizado estão privados de liberdade. No total, elas abrigam cerca de 10.000 presos, 20% do número total de presos no país.
O ministro destacou que o objetivo é reduzir o número de crimes ao "impedir a comunicação ilícita com o mundo exterior para a prática ou instrução de crimes". Além disso, ressaltou que essa é uma tecnologia muito precisa, sem precedentes no restante da América Latina, e que levará a uma mudança nos "padrões de comportamento dentro das prisões".
As mudanças na área penitenciária em vários países latino-americanos têm em vista o exemplo de El Salvador do presidente Bukele. Sua política nessa área, com a construção de grandes macroprisões, embora duramente criticada por organizações de direitos humanos, conseguiu uma redução drástica nos índices de criminalidade.