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Lavrov: Rússia não tem planos de atacar ou invadir países europeus

Chanceler russo afirmou que "ameaça russa" é usada para desviar atenção dos problemas sociais e econômicos na Europa.
Lavrov: Rússia não tem planos de atacar ou invadir países europeusGettyimages.ru / Mert Gokhan Koc

O governo russo não tem planos de atacar países europeus e muito menos de ocupá-los, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em entrevista publicada nesta segunda-feira (7) pelo jornal húngaro Magyar Nemzet.

A declaração foi uma resposta às alegações veiculadas por determinados meios de comunicação e figuras políticas do Ocidente, segundo as quais o presidente Vladimir Putin buscaria "expandir a influência russa" na Europa.

"Talvez quem faz essas declarações saiba mais do que nós sobre os planos da Rússia. Pelo menos, nós não sabemos nada sobre nossos 'planos de atacar a Europa', e muito menos de 'invadi-la'", afirmou Lavrov.

O chanceler observou que "especialistas e analistas que acreditam que os círculos dirigentes dos países europeus e norte-americanos estão tentando criar uma imagem da Rússia como hostil a eles, a fim de unir populações cansadas de seus problemas sociais e econômicos, certamente não estão longe da verdade".

Nesse contexto, o ministro lembrou que o Ocidente continua a "demonizar" a Rússia por meio de "manipulações na mídia".

"Eles estão tentando levar à consciência pública a tese sobre as supostas ambições imperiais da liderança russa", segundo Lavrov. No entanto, o chanceler aponta a possibilidade de que o verdadeiro objetivo de criar "a mítica ameaça russa" seja desviar a atenção pública da incapacidade dos políticos de resolver "os problemas reais" que seus países enfrentam.

"Como, por exemplo, a inflação, o aumento do desemprego, a queda na renda real dos cidadãos, a migração ilegal e a criminalidade desenfreada a ela associada", acrescentou.

Lavrov também declarou que, em seu desejo de enfrentar Moscou, a União Europeia "rapidamente deixou de ser uma aliança de integração para se tornar um bloco político-militar, uma espécie de apêndice da OTAN".

"Esta é uma tendência perigosa que pode ter consequências de largo alcance para todos os europeus", alertou o ministro russo.