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Cidade alemã com uma das maiores refinarias do país apela para ter petróleo russo de volta

A cidade de Schwedt, sede da quarta maior refinaria da Alemanha, enfrenta dificuldades econômicas e risco de demissões em massa depois que sanções da UE cortaram o acesso a recursos energéticos russos.
Cidade alemã com uma das maiores refinarias do país apela para ter petróleo russo de voltaGettyimages.ru / Sean Gallup

As autoridades da cidade alemã de Schwedt querem que as sanções ao petróleo russo sejam suspensas devido à dependência de uma refinaria local do fornecimento de hidrocarbonetos provenientes da Rússia, informou o Politico na sexta-feira (4), citando autoridades locais.

Nesta cidade está localizada a quarta maior refinaria da Alemanha, a Schwedt PCK, da qual a empresa russa Rosneft continua sendo acionista majoritária. A instalação, que fornece mais de 90% do óleo consumido pela cidade de Berlim, perdeu o acesso ao petróleo bruto russo em 2022 depois que Moscou suspendeu as entregas por oleoduto para a Polônia e Alemanha devido às sanções da UE.

Embora esteja recebendo petróleo de fontes alternativas, a usina ainda não retomou sua capacidade total e atualmente opera a 80%, declarou à mídia Danny Ruthenberg, chefe do conselho de trabalhadores da refinaria. O executivo alertou que a empresa está agora "no vermelho" devido aos custos operacionais mais elevados e pode ser forçada a demitir funcionários caso a situação persista.

A prefeita de Schwedt, Annekathrin Hoppe, declarou ao Politico que os problemas da refinaria ameaçam toda a cidade, já que cerca de 20% dos 30 mil moradores de Schwedt dependem da refinaria para seu sustento.

"A refinaria é a razão pela qual a cidade existe", afirmou Hoppe, acrescentando que apelaria ao governo federal por medidas de apoio, inclusive a retomada das importações russas. "É claro que não aceitamos a guerra. […] Tradicionalmente sempre tivemos boas relações com a Rússia", observou.

Ruthenberg também vai mesma linha, afirmando que a retomada do fornecimento do petróleo russo poderia estabilizar as operações. "Quando a paz voltar, será preciso negociar com a Rússia", afirmou.

  • Em 6 de maio, a Comissão Europeia apresentou um roteiro para a suspensão completa das importações de recursos energéticos russos até o final de 2027. A implementação das propostas do bloco exige a aprovação unânime de seus países-membros. 
  • Hungria Eslováquia rejeitaram o plano de Bruxelas, argumentando que tal medida simplesmente arruinaria suas economias.

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