Países que se alinharem às 'políticas anti-América do BRICS' serão alvo de tarifa de 10%

Países do grupo, no entanto, desenvolvem mecanismos que os tornam menos vulneráveis às medidas coercitivas.

Neste domingo (6), em que se celebra a 17ª Cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro Donald Trump, presidente dos EUA, renovou suas ameaças ao grupo.

''Qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas dos BRICS será taxado com uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção ao assunto!'', escreveu o presidente em sua plataforma, a Truth Social.

Horas antes, os representantes dos países do BRICS assinaram, na capital fluminense, um documento manifestando e ''séria preocupação'' com as tarifas unilaterais sem precedentes, argumentando que essas medidas ''distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)''.

Durante sessão plenária no Rio, Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, observou que as sanções e tarifas promovidas pelos EUA minaram a confiança no dólar e motivaram países a reduzir a dependência em moedas estrangeiras. Citando seu próprio país como exemplo, observou:

"Ao final de 2024, 48% do comércio exterior da Rússia foi com membros do BRICS, e 90% dessas transações ocorreram em moedas nacionais", pontuou, expondo um cenário no qual essas medidas coercitivas tornam-se cada vez menos eficientes e ameaçadoras.

Em entrevista exclusiva à RT Brasil, Luan Sciliar, diretor executivo do iBRICS+, também observou que o grupo tem dado passos importantes rumo à construção de mecanismos econômicos independentes do Ocidente Coletivo.

"No ano passado, durante a presidência russa do BRICS, a gente teve a proposta de criação de um banco agrícola, de um fundo agrícola que conseguisse sair um pouco da dependência da Bolsa de Chicago", lembrou, apontando ainda para o avanço em plataformas de pagamento digital entre o grupo.

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