
Entenda as diferenças entre o Banco dos BRICS e o FMI e como isso afeta os países

Para muitos países em crise, recorrer ao FMI costuma significar abrir mão de decisões internas em troca de socorro financeiro. Os empréstimos vêm acompanhados de exigências rígidas: cortes em serviços públicos, congelamento de salários, privatizações e reformas que afetam diretamente os mais pobres. A lógica do fundo é clara: garantir o pagamento da dívida, mesmo que isso custe estabilidade social.
Além disso, as regras são ditadas por quem mais manda na instituição: Estados Unidos e União Europeia, donos do maior peso nas votações. O resultado, em muitos casos, é um ciclo de dependência e enfraquecimento da soberania nacional.

Enquanto o FMI impõe ajustes fiscais e interfere na condução econômica dos países devedores, o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS se apresenta como alternativa. O foco está em financiar projetos de infraestrutura, transição energética, mobilidade urbana e inclusão digital, sem exigir contrapartidas como privatizações ou cortes em serviços públicos.
"Nós somos um banco feito por países do Sul Global para os países do Sul Global", afirmou a presidente do NDB, Dilma Rousseff, no sábado (5), durante a Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro.
"Eu não posso chegar para um país e dizer para ele: nós vamos investir no seu sistema de transmissão ou na sua mobilidade urbana desde que você, por exemplo, privatize a sua empresa de energia elétrica ou a sua empresa de água. Nós não podemos condicionar o nosso empréstimo a nenhuma ação feita pelo país membro", completou.
Além de respeitar a soberania nacional, o NDB adota uma governança com peso igual entre os países fundadores e trabalha com empréstimos em moeda local, reduzindo a dependência do dólar.
Para os BRICS, o banco é uma peça-chave na construção de um sistema financeiro mais equilibrado e voltado ao desenvolvimento de longo prazo.
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