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'Não queremos um só país mandando no mundo', diz presidente da Bolívia sobre importância dos BRICS

Durante cúpula no Rio, Arce defende organização como alternativa ao domínio dos EUA e da Europa.
'Não queremos um só país mandando no mundo', diz presidente da Bolívia sobre importância dos BRICSRT

O presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou neste domingo (6), em entrevista exclusiva à RT, que o principal benefício de ser parceiro dos BRICS é "compartilhar a ideia do multilateralismo".

Bolívia, ao lado de outros nove países — entre eles Bielorrússia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão — figura como parceiro do grupo, que realiza sua 17ª Cúpula na cidade do Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho.

"Não queremos um só país mandando no mundo", declarou Arce durante o encontro, destacando que há uma "pugna [disputa] muito clara entre o velho bloco decadente dos EUA e da Europa versus o grupo emergente dos países BRICS".

O presidente boliviano ressaltou ainda a "oportunidade econômica" que o país tem ao acessar grandes mercados como parceiro de uma organização que, segundo ele, "gerará benefícios econômicos para todos". Arce destacou o potencial do país andino por ser a primeira reserva de lítio, o que considera um fator estratégico na relação com os membros do grupo.

"Temos terras raras, temos minerais, temos produção de alimentos, importantíssimo como para poder compartilhar com os países membros, os países BRICS, e, a seu turno, nós nos beneficiarmos da transferência tecnológica que esses países têm para melhorar a produção", declarou.

Durante a cúpula anterior dos BRICS, realizada em Kazan (Rússia) em outubro do ano passado, Arce afirmou que uma de suas prioridades é consolidar a posição da Bolívia como parceira do grupo e obter apoio dos países da organização "para acelerar o processo industrializador" em seu território nacional.