O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, criticou o volume de recursos destinados ao regime de Kiev por instituições financeiras ocidentais.
Em discurso durante sessão temática da cúpula do BRICS neste domingo (6), o chanceler russo afirmou que a distribuição de fundos multilaterais revela um padrão de favorecimento político e desequilíbrio estrutural.
Segundo Lavrov, em 2023 o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um empréstimo de 15,6 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 86 bilhões) à Ucrânia, valor que corresponde a 577% da cota do país no organismo.
"Essa quantia representa mais de um terço de todos os programas anuais do FMI", afirmou.
No sábado (5), Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) dos BRICS, explicou que o banco do grupo e o FMI funcionam de maneiras distintas.
Enquanto o FMI costuma impor duras condicionalidades, como cortes de gastos e privatizações, o NDB oferece crédito sem interferir nas decisões econômicas dos países membros, priorizando investimentos em infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
O ministro russo ressaltou ainda que, desde o início de 2022, o Banco Mundial já anunciou cerca de 54 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 297 bilhões) em empréstimos destinados ao regime de Kiev. Ele comparou o volume de recursos à ajuda oferecida a países africanos:
"Em conjunto, estas quantias duplicam a alocação anual das estruturas de Bretton Woods a todos os países africanos", destacou.
Para o chefe da diplomacia russa, o caso evidencia como instituições globais, como o FMI e o Banco Mundial, têm sido instrumentalizadas por interesses políticos. Segundo ele, a concentração de recursos em um único país em meio a múltiplas crises regionais demonstra que o atual modelo de financiamento internacional carece de legitimidade e representatividade.