
BRICS facilita reaproximação entre China e Índia após anos de tensões

Com o objetivo de fortalecer os laços multilaterais entre os países-membros, o grupo dos BRICS tem contribuído para reduzir a rivalidade entre nações historicamente antagônicas, como China e Índia.
Na cúpula dos BRICS de 2024, em Kazan, Rússia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reuniu-se com o presidente chinês, Xi Jinping, pela primeira vez em cinco anos.
Representantes dos dois países voltaram a se encontrar neste fim de semana (5 e 6 de julho), durante a 17º edição da cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro. Apesar de tensões diplomáticas persistentes, o diálogo entre ambos permanece possível.

China e Índia compartilham uma fronteira de 3.440 km e mantêm divergências sobre o controle de determinadas regiões. Desde a adoção do socialismo, Pequim rejeita as fronteiras estabelecidas na era colonial. Em 1962, os dois países travaram uma guerra breve, mas violenta.
A aliança histórica entre China e Paquistão também gera preocupação em Nova Delhi, que já acusou Pequim de apoiar o programa nuclear paquistanês.
A relação econômica entre os dois países é outro ponto sensível. A China é o segundo maior parceiro comercial da Índia e mantém um elevado superávit na balança bilateral. Em resposta, o governo indiano adota medidas protecionistas para proteger sua indústria do peso econômico chinês.
Entre 2013 e 2017, foram registrados confrontos entre militares na região de fronteira. A partir daí, Modi e Xi concordaram em retomar o diálogo. Desde então, mantêm contato esporádico, reforçado pelos encontros no âmbito dos BRICS.
