Putin defende soberania dos BRICS com base em igualdade e princípios de boa vizinhança

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou neste domingo (6) durante discurso por videoconferência na 17ª Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, que a organização é um modelo de parceria baseado na igualdade, na soberania e na boa vizinhança. Ele declarou que esses princípios refletem os valores tradicionais compartilhados pelas nações que compõem o grupo.

"A cooperação entre os países do BRICS está fundamentada na igualdade, no respeito mútuo e em uma abordagem voltada ao desenvolvimento soberano", disse Putin.

O presidente russo ressaltou que o grupo atua como resposta à instabilidade econômica mundial e às pressões inflacionárias que afetam mercados de energia, alimentos e moedas.

Putin informou que o comércio entre Rússia e os parceiros do BRICS cresceu 40,5 % no último ano, totalizando mais de 230 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 1,25 trilhão).

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No primeiro semestre deste ano, o aumento foi de 35,6 %, com 134,7 bilhões de dólares (cerca de R$ 730 bilhões) em trocas comerciais. Segundo ele, os cinco países representam atualmente 26 % do PIB mundial e reúnem mais de 3 bilhões de pessoas.

A soberania econômica foi um dos principais temas abordados no discurso. O presidente russo destacou o avanço da desdolarização nas operações internas do grupo e o uso de mecanismos financeiros alternativos, com ênfase na atuação do Novo Banco de Desenvolvimento, que já oferece crédito fora dos modelos tradicionais controlados pelo Ocidente.

Putin também mencionou os investimentos em logística e infraestrutura liderados pela Rússia, como a Rota Marítima do Norte e o Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul.

"Essas iniciativas encurtam caminhos entre centros industriais e mercados consumidores, favorecendo a integração entre os países do grupo", afirmou.

Outro ponto de destaque foi a segurança alimentar. O presidente russo reafirmou o compromisso da Rússia com o fornecimento de grãos e fertilizantes a países do Sul Global, mesmo diante das sanções impostas ao país. Segundo ele, seis nações africanas receberão entre 25 mil e 50 mil toneladas de grãos gratuitamente.

"Seguiremos promovendo um modelo de desenvolvimento estável, fundado na soberania e na solidariedade entre nossos povos", concluiu.

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