
Lula critica novos gastos militares da OTAN: 'falta de prioridade política'

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, criticou neste domingo (6), na Cúpula de Líderes do BRICS no Rio de Janeiro, a mais recente decisão da OTAN, cujos países membros, por iniciativa de Donald Trump, concordaram em dedicar 5% do PIB a gastos militares.
"É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para a Assistência Oficial do Desenvolvimento (ODA). Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política'', disparou. ''É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz''.
Um relatório recente da OCDE revela que os gastos globais com assistência internacional caíram pela primeira vez em seis anos. Entre os 32 países da OTAN, apenas quatro destinaram mais de 0,7% do PIB à Assistência Oficial ao Desenvolvimento (ODA), conforme prometido.

Lula também apontou para a crescente perda de relevância da Organização das Nações Unidas (ONU). Em aparente alusão aos recentes bombardeios de Trump contra o Irã, observou que o Conselho de Segurança do órgão sequer foi "consultado antes do início de ações bélicas".
''O temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano. As violações recorrentes da integridade territorial dos Estados, em detrimento de soluções negociadas, solapam os esforços de não-proliferação de armas atômicas", afirmou o presidente, advertindo que ''o fracasso das ações no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria tende a se repetir de forma ainda mais grave''.
- Fundos da ODA são recursos públicos de países ricos destinados a apoiar o desenvolvimento econômico e social de nações em desenvolvimento. Abrangem setores como educação, saúde, infraestrutura e combate à pobreza.
