Lula acusa Israel de genocídio e defende Estado palestino em Cúpula do BRICS

Durante discurso no Rio, o presidente brasileiro afirmou que só haverá paz com o fim da ocupação e o retorno às fronteiras de 1967.

Durante a sessão "Paz e Segurança, Reforma da Governança Global" da Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro neste domingo (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à atuação de Israel na Faixa de Gaza e defendeu a criação de um Estado palestino soberano, com base nas fronteiras estabelecidas em 1967.

"Absolutamente nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas. Mas não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e à matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra", afirmou Lula.

Para o presidente, a solução do conflito "só será possível com o fim da ocupação israelense e com o estabelecimento de um Estado palestino soberano", declarou.

O discurso, lido por Lula na sessão dedicada à paz e à reforma da governança global, fez críticas diretas à paralisia do Conselho de Segurança da ONU e à forma como grandes potências lidam com crises humanitárias. Segundo ele, "é sempre mais fácil investir na guerra do que na paz".

Lula também mencionou o fracasso de intervenções no Afeganistão, no Iraque, na Líbia e na Síria, apontando consequências graves para a estabilidade do Oriente Médio e do Norte da África. Ele ressaltou que, no vácuo deixado por essas crises, o terrorismo ganhou espaço.

Ao citar outras violações territoriais, Lula lembrou que o Brasil denunciou as ações contra o Irã, defendeu a ampliação do papel de países do Sul Global nas mediações internacionais e destacou o esforço conjunto entre Brasil e China por meio do Grupo de Amigos para a Paz por uma solução diplomática para o conflito ucraniano.

O presidente também defendeu uma reforma profunda do Conselho de Segurança da ONU, com inclusão de novos membros permanentes da Ásia, África e América Latina.

Para Lula, adiar essa transformação "torna o mundo mais instável e perigoso".

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