Dilma adverte para perigos do 'capitalismo de plataforma': Sul Global não pode ser mero 'consumidor'

A presidente do NDB defendeu o fortalecimento da instituição em setores como inovação tecnológica.

Durante coletiva de imprensa neste sábado (5), a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) dos BRICS, Dilma Rousseff, alertou para a importância de aquecer o mercado e investir em infraestrutura, a fim de evitar que os países em desenvolvimento permaneçam como meros consumidores do que ela chamou de "capitalismo de plataforma".

Para evitar esse cenário, Dilma defendeu uma maior participação do banco no setor da industrialização do Sul Global:

"Nós vamos, nós temos de aumentar os projetos financiados e aumentar a mobilização do capital privado. Nós temos que aumentar o escopo do financiamento para incluir inovação e apoio a industrialização nos países em desenvolvimento", pontuou. 

Ela também defendeu a ampliação de empréstimos em moedas locais, destacando os riscos de recorrer a divisas estrangeiras. Segundo Dilma, quando um país toma empréstimos em dólar ou euro, por exemplo, fica vulnerável a mudanças nas políticas monetárias externas:

"Qual é o risco do setor privado, por exemplo, quando ele toma um empréstimo em moeda que não é do país? (...) Se houve alguma alteração na política monetária no país detentor da moeda (...), qual é a consequência para o tomador? (...) Ele simplesmente tem um descasamento entre o que ele deveria pagar (...) em relação às suas próprias receitas", afirmou, referindo-se ao risco de mismatch.