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Brasil busca soberania sobre ilha submersa do tamanho da Espanha rica em terras raras

Formação abriga recursos cruciais para a indústria tecnológica; pedido do Brasil é analisado pela ONU.
Brasil busca soberania sobre ilha submersa do tamanho da Espanha rica em terras rarasGettyimages.ru / Mario Tama

Desde 2018, o Brasil reivindica junto às Nações Unidas a soberania sobre uma ilha submersa localizada a cerca de 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul. A formação, conhecida como Elevação do Rio Grande, tem 500 mil km² de extensão e é rica em metais raros, com alto valor estratégico e tecnológico.

O interesse pela região aumentou após uma expedição liderada por professores da USP, que, a bordo do navio de pesquisa Alpha Crucis, navegaram até a área em 2018 para estudar os depósitos minerais da elevação.

Graças às descobertas da universidade, a ilha ganhou destaque internacional ''pela presença das chamadas crostas de ferro-manganês e nódulos polimetálicos, ricos em metais raros e de importância estratégica para aplicações tecnológicas, como cobalto, níquel, platina, selênio, molibdênio, nióbio e telúrio''.

Um estudo liderado por pesquisadores da instituição também revela que, em algum momento da história, a formação fez parte do território brasileiro. O pleito da Marinha do Brasil — em análise pela Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU desde fevereiro deste ano — tem essa descoberta como um de seus principais fundamentos.

''A evidência definitiva (...) veio com a análise detalhada da composição e das propriedades (geoquímicas, minerais e magnéticas) da argila coletada'', explica o jornal da USP. "Não temos dúvida de que seja um paleossolo; não tem outra fonte para aqueles minerais", afirmou o professor Luigi Jovane, que participou das expedições, ao veículo.

  • Os materiais encontrados na ilha são essenciais para a produção de baterias, painéis solares, mísseis teleguiados, telas de smartphones, televisores, turbinas eólicas, entre outros produtos tecnológicos.

  • Vale destacar que o Brasil já possui a segunda maior reserva mundial de terras raras, embora ainda não disponha de infraestrutura produtiva para aproveitá-las plenamente.