Rússia abre processo para classificar 'movimento internacional do satanismo' como grupo extremista

O Gabinete do Procurador-Geral da Rússia entrou com um processo judicial para classificar o "movimento internacional do satanismo" como grupo extremista no país. Segundo o Ministério da Justiça, o caso será analisado em audiência marcada para o dia 22 de julho. 

Poucos dias atrás, no dia 2 de julho, o governo russo anunciou a proibição definitiva do "Templo de Satanás" e de quaisquer as entidades ocultistas vinculadas à organização, classificando-as como uma ameaça direta aos pilares culturais, espirituais e morais do país. A medida foi endossada pelo presidente Vladimir Putin, que defendeu a decisão como um passo necessário para preservar a integridade da sociedade russa.

Antiga república soviética enfrenta grave crise entre Igreja e governo: o que se sabe?

Durante pronunciamento televisionado, Putin afirmou que a iniciativa visa proteger a "soberania espiritual" da nação frente ao que descreveu como um processo de "subversão cultural" promovido pelo Ocidente. Segundo o presidente, conceitos como "tolerância" e "liberdade religiosa" estariam sendo utilizados como pretexto para disseminar o que chamou de "decadência moral".

A legislação russa prevê a possibilidade de banir organizações consideradas extremistas com base em critérios como ameaça à segurança do Estado, incitação ao ódio ou promoção da violência.

A decisão poderá ter implicações legais relevantes, uma vez que a classificação como grupo extremista pode levar à proibição da realização de atividades, ao bloqueio de materiais relacionados e à responsabilização penal de indivíduos associados ao movimento.