Von der Leyen aproveita recuo dos EUA para empurrar plano bilionário de militarização na UE

Von der Leyen utiliza suspensão de ajuda dos EUA à Ucrânia como pretexto para turbinar projeto de 800 bilhões de euros em gastos militares.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta quinta-feira (3) que a Europa deve intensificar seu apoio à Ucrânia após a decisão dos Estados Unidos de suspender determinados tipos de remessas militares ao país.

Durante visita à Dinamarca, von der Leyen foi questionada por jornalistas sobre os impactos da medida norte-americana e quais ações a União Europeia pretende adotar em resposta:

"É um sinal claro de que precisamos intensificar nosso próprio apoio. Por isso, aumentaremos nossas capacidades de defesa europeias, não apenas no âmbito da União Europeia, mas também em nível continental", declarou.

A presidente destacou que os 150 bilhões de euros (equivalentes a mais de 176 bilhões de dólares), aprovados em maio para o rearmamento do bloco poderão ser utilizados em benefício de Kiev:

"Os Estados-membros podem decidir empregar esses recursos para adquirir equipamentos militares destinados à Ucrânia ou investir na indústria de defesa ucraniana, que é extremamente eficiente", afirmou.

A suspensão parcial do apoio militar dos EUA veio à tona nesta semana, quando foi divulgado que o Departamento de Defesa norte-americano interrompeu o envio de certos armamentos prometidos à Ucrânia durante o governo Biden. A decisão visa permitir uma revisão interna, com o objetivo de garantir que o fornecimento de ajuda a outros países não comprometa as capacidades do próprio Pentágono.

Os 150 bilhões de euros mencionados por von der Leyen integram o plano "ReArm Europe", uma proposta da presidente da Comissão que prevê investimentos totais de cerca de 800 bilhões de euros no fortalecimento da defesa do bloco europeu.