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Justiça anuncia veredito sobre caso de tráfico sexual contra P. Diddy

O rapper americano foi considerado culpado de duas acusações relacionadas à prostituição, mas foi absolvido das acusações mais graves.
Justiça anuncia veredito sobre caso de tráfico sexual contra P. DiddyGettyimages.ru / Shareif Ziyadat

O polêmico julgamento do rapper norte-americano Sean Diddy Combs, mais conhecido como P. Diddy, foi concluído nesta quarta-feira (2) com um veredito que o absolveu das acusações mais graves, informa a Reuters.

O júri composto de 12 pessoas considerou de forma unânime o cantor culpado de duas acusações de transporte para atividade de prostituição, mas o absolveu das de por tráfico sexual e extorsão que poderiam condená-lo à prisão perpétua.

O rapper agora estará sujeito a uma pena de no máximo vinte anos pelas acusações das quais foi condenado pelo júri, o que foi considerado uma vitória da defesa do réu. Seus advogados agora irão solicitar sua liberdade provisória mediante fiança.

Encontros "sombrios e sórdidos"

No processo, a promotoria acusou Combs de usar seu império comercial para forçar dois de suas ex-namoradas a participar de festas sexuais regadas a álcool e drogas e que duravam dias realizadas em quartos de hotel, que ele apelidava de 'Freak Offs'.

Gigolôs teriam sido contratados para participar desses encontros nos quais o rapper assistia, se masturbava e ocasionalmente filmava as cenas, afirmou a promotoria, baseando sua acusação no depoimento das vítimas.

Uma das ex-namoradas do rapper, que teve um relacionamento com ele entre 2021 e 2024, afirmou que suportou os encontros "sombrios e sórdidos" nos quais se sentia "enojada".

Quando a promotora Maurene Comey perguntou à mulher o que ela temia que pudesse acontecer se parasse de participar das perversões sexuais do namorado, ela respondeu que temia que ele parasse de pagar o aluguel da casa onde ela morava.

Sangue, vidros quebrados e óleo de bebê

Outro depoimento no julgamento foi dado por um dos assistentes do músico, que disse que ia a esses locais para limpar os quartos de hotel, livrar-se de materiais que pudessem comprometer a reputação de Combs e fornecer lubrificantes, velas e óleo de bebê. 

"Havia muitas toalhas molhadas por toda parte. Vi vidros quebrados, água por todo o chão, às vezes sangue. Óleo nos móveis e nas paredes, e coisas do gênero", relatou a testemunha, esclarecendo que o sangue que viu era "sangue de menstruação".

O argumento da defesa

Os advogados de Combs admitiram que o cantor podia ter sido violento com suas ex-parceiras, mas que seu comportamento não se enquadrava como tráfico sexual mesmo que as mulheres tenham reconhecido o uso de coação e punição física durante os eventos 'Freak Off'.

Contudo, a defesa afirmou que ambas as ex-namoradas do rapper eram mulheres "fortes" e independentes, que teriam participado voluntariamente das sórdidas jornadas para agradá-lo.

Além disso, os advogados acusaram as vítimas de agirem contra Combs por "ciúmes" devido ao fato de ele sair com outras mulheres. "Se fosse acusado de violência doméstica, não estaríamos todos aqui", disse o advogado Marc Agnifilo no final do mês passado. "Ele não fez as coisas das quais está sendo acusado", ressaltou.